O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, rejeitou o uso de sanções econômicas como instrumento de pressão para “resolver” conflitos e denuncia que Washington e OTAN ameaçam a Rússia como forma de expandir sua hegemonia militar na Europa.
Canel defendeu uma solução construtiva e realista para a atual crise na região: “Quem joga lenha na fogueira é o imperialismo. Sanções econômicas, comerciais e financeiras como instrumento de pressão contra qualquer país não resolvem a crise atual. A Rússia foi arrastada para um ambiente agressivo. Durante décadas, os EUA buscaram a extensão de sua hegemonia militar ao redor [da Rússia] por meio da contínua expansão da Otan na Europa Oriental”.
“Este conflito poderia ter sido evitado se as reivindicações bem fundamentadas das garantias de segurança da Federação Russa tivessem sido abordadas com seriedade e respeito. Pensar que a Rússia permaneceria inerme diante do cerco militar ofensivo da Otan é, no mínimo, irresponsável. Eles levaram aquele país a uma situação limite”, enfatizou Díaz-Canel.
O líder uma comparação da situação atual do Leste Europeu com o que está acontecendo em Cuba, assegurando que “falando de guerras midiáticas, os inimigos da Revolução (cubana) nunca desistiram de alimentar um imaginário onde o que está reservado para a ilha é uma realidade de fracassos e nenhuma solução para os problemas”.
Recordou a forma nefasta como as corporações midiáticas, em relação aos protestos que houve no país em 11 de julho, “tentaram montar uma peça de teatro, anunciando ao mundo que em 15 de novembro [quando haveria outros protestos incentivados pelos EUA] desapareceria a Revolução Cubana”, disse ele, segundo o site digital da Presidência cubana.
Cuba insiste na proibição e eliminação de armas de destruição massiva
Cuba ratificou seu compromisso de avançar rumo ao desarmamento geral sob controle internacional, incluindo a proibição e eliminação de armas de destruição em massa, durante a 99ª sessão do Conselho Executivo da
Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), confirmou o Ministério de Relações Exteriores da ilha.
A embaixadora Anet Pino Rivero, representante cubana no conclave que se reuniu de 8 a 11 de março, condenou o uso de armas químicas por qualquer ator e em qualquer circunstância, ao mesmo tempo em que destacou a importância da cooperação internacional na promoção do uso pacífico da química para o desenvolvimento dos países.
Cuba foi um dos países signatários da Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Uso de Armas Químicas e sua Destruição (Convenção sobre Armas Químicas), instrumento que entrou em vigor em abril de 1997.