“A vinculação ao dólar tem como finalidade transformar a Petrobrás em uma empresa odiada pelo povo e levar dinheiro para o bolso de barões e acionistas interessados na sua privatização”, aponta o pedetista
O ex-governador Ciro Gomes, presidenciável do PDT, fez duras críticas ao governo Bolsonaro pelos aumentos abusivos nos preços dos combustíveis. “Bolsonaro é, sim, culpado pelos preços dos combustíveis”, afirmou Ciro, no Twitter nesta terça-feira (15).
O alerta é de que o objetivo de Bolsonaro é jogar o país contra a Petrobrás”. O pré-candidato do PDT destacou que “a vinculação dos combustíveis brasileiros ao dólar tem como principal finalidade transformar a Petrobrás em uma empresa odiada pelo povo e levar dinheiro para o bolso de barões e acionistas interessados na sua privatização”, acrescentou Ciro.
“O governo deixa a Petrobrás cobrar os combustíveis com base na cotação do dólar e importa do estrangeiro aquilo que poderia ser produzido aqui em matéria de derivados de petróleo. Uma injustiça com todo mundo, principalmente com você, caminhoneiro, que carrega o país nas costas, denunciou Ciro.
Ele prosseguiu em suas denúncias. “A Petrobrás chocou o país ao anunciar um reajuste no preço da gasolina, gás e diesel. Foram os maiores reajustes feitos desde out/2016. De lá pra cá, a inflação acumulada no período do país foi de 31,5%. Já a gasolina e o óleo diesel subiram 157%, o gás de cozinha 349%”, apontou.
Ciro Gomes lembrou que “o preço elevado dos combustíveis tem reflexos em diversos itens do custo da vida das pessoas. Quando tem aumento, você aumenta o custo do frete, de produção das mercadorias, a inflação e também se reduz a competitividade da economia nacional”.
“A Petrobrás distribuiu para os seus acionistas, só no ano passado, R$ 101 bi! E nenhum deles teve que pagar imposto sobre essa fortuna. Entende pq os diretores da Petrobras e os seus acionistas cobram combustível em dólar e não estão nem aí para o povo brasileiro”, afirmou Ciro.
O pré-candidato vem criticando nos últimos dias o Preço de Paridade de Importação (PPI), praticado pela Petrobras desde a administração Aldemir Bendine, em 2015, e oficializada em 2016. A política consiste em atrelar os preços internos de combustíveis ao mercado internacional. Com isso o brasileiro paga um preço muito maior do que o custo de produção de Petrobrás.
A insistência de Bolsonaro em manter essa política desastrosa já provocou aumentos abusivos nos preços dos combustíveis, como foram a elevação de 47,49% no preço da gasolina, 48,12% no preço do diesel e 62,56% no preço do etanol em 2021. Já no início de 2022 os aumentos continuaram e explodiram há uma semana com a crise na Europa. Bolsonaro autorizou aumento de 24,9% no diesel, 18,8% na gasolina e 16,1% no gás de cozinha.