O ministro das Relações Exteriores da Rússia classificou de histórica a situação em curso no mundo
“É um momento transcendental na história moderna, porque reflete uma batalha […] sobre como será a ordem mundial”, disse o ministro das Relações Exteiores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista à RBC na quarta-feira (16).
Para o chefe da diplomacia russa, Washington tenta “impedir qualquer movimento positivo em direção a um mundo multipolar igualitário”.
“Não se trata apenas da Ucrânia, mas sobre o estado de direito mundial”, enfatizou.
Lavrov acrescentou que o Ocidente não quis resolver as questões de segurança na Europa pacificamente, enquanto Moscou tem sugerido isso “por muitos anos”.
Sobre o tsunami de russofobia que envenena as relações internacionais, Lavrov disse que “nem nos seus pesadelos” ele poderia imaginar o “trabalho tão sujo, tão indigno de uma grande potência” feito por Washington.
Embaixadores dos EUA em todo o mundo são instruídos a exortar constantemente os líderes dos diferentes países que não terem contactos com a Rússia, disse Lavrov.
O ministro russo assegurou que Moscou está pronta a buscar a garantia de segurança, tanto a sua quanto a da Ucrânia e da Europa, e que exclua a expansão da Otan para leste.
Lavrov registrou que o status de neutralidade da Ucrânia está atualmente sendo seriamente negociado junto com outros aspectos de segurança. Apesar das conversações russo-ucranianas “não serem fáceis”, há esperança de se chegar “a um compromisso”.
Comentando as declarações do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de que seu país reconhece que não poderá ingressar na Otan, o chanceler russo retrucou parecer que em Kiev “a decência está chegando”. Ele também abordou a recusa da Otan em fechar o espaço aéreo sobre a Ucrânia, afirmando que a decisão pode ser entendida como de que ainda há “gente razoável” na Otan.