Nem mesmo as previsões dos representantes do mercado financeiro sustentam a falaciosa propaganda da recuperação da economia do governo federal.
Divulgado na segunda-feira (14), o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC) semanalmente a partir da projeção do mercado para a economia, diminuiu pela quarta semana consecutiva a previsão de crescimento da economia em 2018. Desta vez, a aposta de que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceria 2,70% passou para 2,51%. Há quatro semanas, essa previsão estava em 2,76%. O banco Itaú, que antes previa com um otimismo descabido crescimento de 3% em 2018, agora revisou as suas expectativas e já diz que o PIB deve variar positivamente em 2%.
Nesse ritmo, um crescimento de “mais de 3%” em 2018, segundo palavras de Henrique Meirelles, é uma realidade muito distante.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é usado como medidor da evolução da economia. Após os tombos de 3,5% em 2015 e de 3,5% em 2016, o PIB do Brasil encerrou 2017 com uma variação positiva de 1% – nem de perto o suficiente para repor as perdas ou um sinal de superação da recessão, como diz o governo. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que funciona como uma espécie de “prévia do PIB”, a economia sofreu retração de 0,6% em janeiro e teve variação praticamente nula, de 0,1% em fevereiro deste ano. Os resultados de março serão divulgados pelo Banco Central na semana que vem.
PRISCILA CASALE