
Roberto Requião é lançado pré-candidato a governador e busca ampla aliança no Estado. Conversas incluem PDT e estão adiantadas
O ex-governador e ex-senador do Paraná, Roberto Requião, de 81 anos, anunciou no último domingo (13) a filiação dele ao PT para disputar o governo do Estado. As conversas entre Requião e o partido aconteciam desde o ano passado.
O ingresso de Requião à sigla foi oficializado nesta sexta-feira (18), em Curitiba, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
À imprensa, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que “Requião sempre esteve ao lado das lutas do PT” e que o objetivo do partido é construir no Paraná amplo arco de aliança, a exemplo do que o partido pretende fazer na disputa nacional.
No Paraná, as conversas estão avançadas, inclusive, com o PDT de Ciro Gomes.

‘CONSERTAR O PARANÁ’
Requião atribuiu a rejeição à esquerda e ao PT no Estado como “uma lenda”. “Estou disposto, com a experiência administrativa que adquiri na vida, a consertar o Paraná para os paranaenses, e o PT é um instrumento disso”, afirmou.
“A essência do Partido dos Trabalhadores e a devolução da esperança ao povo, que se traduz na candidatura de Lula, me faz eliminar qualquer vacilação e hesitação”, destacou.
“Nós precisamos fazer um grande movimento contra a extrema-direita no Brasil e o Requião é a pessoa mais preparada no Paraná para vencer essa batalha conosco. É só assim que a gente vai conseguir resgatar o País e o Paraná para o nosso povo novamente”, afirmou Lula.
‘MUDAR O PAÍS E AQUI NO PARANÁ’
“Analisando a conjuntura política, não tenho mais dúvida alguma, o caminho é essa federação, esta frente organizada pelo PT. Quero dizer a vocês que estou entrando no Partido dos Trabalhadores”, disse Requião.
“Eu tenho fé, eu acredito firmemente que o Lula, com um programa bem definido […] terá sucesso na campanha presidencial. É por aí que vamos mudar o País e aqui no Paraná eu levo a frente à minha pré-candidatura ao governo do Estado, para pôr ordem na casa e acabar com os erros todos”, acrescentou Requião em vídeo publicado nas redes sociais dele.
Ele estava sem partido desde agosto de 2021, quando deixou o MDB.
REQUIÃO E LULA VISITAM ASSENTAMENTO DO MST
Na manhã desta sexta-feira, a presidente nacional do PT e deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, saudou a chegada do ex-governador.
“Hoje é dia de receber no PT o amigo de longas jornadas @requiaooficial. Tenho muito orgulho de junto com @LulaOficial assinar a ficha de filiação desse grande companheiro. Seja bem-vindo, Requião! Você é importante no nosso movimento pra derrotar o atraso e reerguer o Brasil!”, postou no perfil dela no Twitter.
Após o ato de filiação de Requião em Curitiba, o ex-presidente Lula visitará o assentamento Eli Vive, em Londrina, interior do Paraná, no sábado (19). A atividade “Jornada de Solidariedade: Rumo aos Comitês Populares” pretende reunir 10 mil pessoas de comunidades do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de todo o Estado.
“Nós estamos muito felizes, radiantes. Queremos mostrar pro presidente Lula toda a nossa luta de anos, e que a reforma agrária é possível. Com a conquista da terra, que tem como trabalhar com a agroecologia, produção de comida para o povo, saúde, educação, cuidar da natureza”, afirmou a assentada no Eli Vive e integrante da direção estadual do MST Sandra Ferrera, ao Blog do Esmael.
Além de Lula, estarão presentes Gleisi Hoffmann, Roberto Requião e os dirigentes nacionais do MST João Pedro Stédile e João Paulo Rodrigues.
QUEM É ROBERTO REQUIÃO
Requião nasceu em Curitiba, em 5 de março de 1941. É advogado, jornalista, urbanista e político brasileiro.
Ele foi deputado estadual (1983- 1986), prefeito de Curitiba (1986-1989), secretário estadual (1989-1990), governador do Paraná (2003-2006) e senador da República (2011-2019).
SAÍDA DO MDB
Após 40 anos filiado ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro), Requião deixou o partido em agosto de 2021. O anúncio da saída ocorreu após a chapa dele ser derrotada na disputa pelo comando do Diretório Estadual do partido no Paraná.
A chapa vencedora, encabeçada pelo deputado estadual Anibelli Neto e apoiada pelo deputado federal Sérgio Souza (MDB), é próxima ao governador Ratinho Júnior (PSD) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Requião defendia a pré-candidatura dele pelo partido ao governo do Paraná em oposição a Ratinho.
Na rede social, escreveu após o resultado: “O MDB do Paraná foi tomado pelo Ratinho e pelo Bolsonaro. Sou sério, estou fora! Que pobreza, que vergonha, que indignidade, o partido que eu fundei foi tomado pelo Ratinho e pelo Bolsonaro”.
Após sair do MDB, Requião iniciou conversas com o PDT, PSB e com PT em busca de novo partido, com vistas às eleições ao governo do Paraná em 2022.
No início deste mês, Requião confirmou ingresso no PT como pré-candidato ao governo do Paraná com apoio de Lula.
M. V.