Além da multidão no interior do estádio, havia mais 100 mil pessoas em torno do estádio, segundo organizadores
“Não via uma unidade como esta há anos”, disse o presidente Vladimir Putin, diante de 100 mil pessoas que lotraram o estádio Luzhniki na sexta-feira (18) . O encontro celebrou os oito anos de realização do referendo na Crimeia que aprovou a reunificação com a Rússia e evitou que a lendária Sebastopol caísse em mãos da Otan e dos neonazistas.
A comemoração, repleta de bandeiras russas, incluiu apresentação de artistas e pronunciamentos políticos. Como salientou o presidente da República da Crimeia, Sergei Aksyonov, “estamos em casa, e todo o resto se seguirá”.
“A Rússia nunca esteve tão forte como agora”, disse o presidente russo, muito aplaudido, em sua saudação de seis minutos na qual homenageou os soldados russos que lutam nas terras vizinhas para dar fim à opressão do Donbass pelo regime de Kiev e para barrar, de uma vez por todas, a transformação da Ucrânia em um trampolim da Otan contra a Rússia.
“‘Nós, o povo multinacional da Federação Russa, unidos por um destino comum em nossa terra, essas são as primeiras linhas da Lei Básica do país, a Constituição. E cada palavra está repleta de um significado profundo, é de grande importância”, afirmou Putin ao abrir o discurso.
“Em nossa terra, unidos por um destino comum”, as pessoas provavelmente pensaram e foram guiadas por isso quando foram ao referendo na Crimeia e Sebastopol em 18 de março de 2014 . Eles viviam e vivem em sua própria terra e queriam viver um destino comum com sua pátria histórica – com a Rússia. Eles tinham todo o direito de fazê-lo e alcançaram seu objetivo. Em primeiro lugar, vamos parabenizá-los pelo feriado, este é o seu feriado. Parabéns!”.
“Os crimeanos e Sebastopol fizeram a coisa certa quando colocaram uma barreira dura no caminho dos neonazistas e ultranacionalistas. Porque o que aconteceu em outros territórios e ainda está acontecendo é a melhor confirmação disso”, disse Putin.
O presidente relembrou os acontecimentos de 2014, quando os moradores do Donbass não concordaram com o golpe de estado. “Operações militares punitivas foram imediatamente organizadas contra eles, e não apenas uma, eles foram imediatamente mergulhados em um bloqueio, submetidos a bombardeios sistemáticos de canhões, ataques aéreos – é isso que é chamado de genocídio”, disse ele.
“Salvar as pessoas desse sofrimento, desse genocídio – esse é o principal motivo e objetivo da operação militar que lançamos no Donbass e na Ucrânia”.
Sobre as negociações em curso com Kiev, Putin disse esperar que seja alcançado um acordo com Kiev sobre o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia.
Putin afirmou ainda que, nos últimos oito anos, a Rússia fez muito para desenvolver a Crimeia e Sebastopol. Problemas como o abastecimento de gás às povoações, a recuperação da rede rodoviária, a construção de novas autoestradas e pontes.
“Era necessário tirar a Crimeia dessa posição humilhante, daquele estado humilhante em que a Crimeia e Sebastopol estavam imersos quando faziam parte de outro Estado que financiava esses territórios de acordo com o chamado princípio residual”, observou Vladimir Putin.
Segundo o jornal russo Izvestia, com a reunificação, o orçamento da Crimeia, em dólares, aumentou mais de 3,1 vezes. A infusão de investimentos na região permitiu quadruplicar o produto interno bruto da Crimeia em 2020 em relação a 2011.
“Além disso, é significativo que, antes da reunificação com a Rússia, a Crimeia fosse uma das regiões mais pobres da Ucrânia”, assinalou Galina Sorokin, professora do Departamento de Economia Mundial e Internacional Relações Econômicas da Universidade Estadual de Administração.