O ex-primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, e sua esposa, Rosmah Mansor, foram proibidos de deixar o país no sábado (12). A proibição se deu pelo envolvimento de Razak no desvio de US$ 4,5 bilhões de um fundo público de investimento (1MDB). A proibição ocorreu três dias após sua derrota nas eleições do dia 9.
A medida foi tomada pelo novo primeiro-ministro, Mahathir Mohamad (92), que se elegeu sob a promessa de levar o escândalo à Justiça. Razak deve “enfrentar as consequências” das investigações, afirmou o novo primeiro-ministro.
Mahathir obteve 121 dos 222 assentos no parlamento, fruto da coalizão integrada pelo novo partido de Mahathir, com mais duas agremiações, o aproximando do liberal Anwar Ibrahim, um de seus antigos oponentes políticos, que desde 2015 está preso sob a acusação de sodomia, que é considerada crime na Malásia. No esforço de assegurar a complexa aliança de seu governo, Mahathir indicou a esposa de Ibrahim, Wan Azizah Wan Ismail, como vice-primeira ministra no dia 12, ao mesmo tempo que anunciou que o rei Muhamad V está disposto a indultá-lo.
Além da investigação dos casos de corrupção, em um de seus primeiros pronunciamentos, Mahathir disse que o país “tem recursos” para abolir o detestado Imposto sobre Bens e Serviços (GST, na sigla em inglês), criado por Razak, que incide basicamente sobre o consumo e taxa de forma regressiva as menores faixas de renda da população.
Mahathir foi primeiro-ministro de 1981 a 2003 e se destacou durante a Crise da Ásia de 1997 ao tirar o país da crise, estabelecendo controles de capital e adotando medidas anti-neoliberais, contrariando as ordens do FMI. Também desenvolveu a estatal de petróleo Petronas e fundou a indústria automobilística malaia em 1982, com a estatal Próton.