Os trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo realizaram assembleia nesta terça-feira, e decidiram manter a greve por tempo indeterminado iniciada ontem, 14, para reivindicar reajuste salarial e manutenção de direitos no acordo coletivo de 2018. São cerca de 8 mil funcionários na empresa.
A empresa alemã e os metalúrgicos já estavam negociando as cláusulas do acordo, mas a multinacional insistiu em reduzir direitos e os trabalhadores decidiram pela paralisação. Os metalúrgicos estão reivindicando o reajuste salarial, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e direitos sociais, mas a empresa diz não ter condições de atender às pautas.
A Mercedes tem proposta de reajuste zero e que os pagamentos referentes a uma reposição sejam feitos em abonos, mas a categoria quer que estes sejam incorporados no salário. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, “a empresa quer excluir itens como a cláusula de estabilidade ao acidentado, a complementação salarial até 120 dias de afastamento e a cláusula de salário admissão”.
Os trabalhadores defendem a manutenção destes pontos e a inclusão de uma cláusula de salvaguarda contra a reforma trabalhista, garantindo que qualquer alteração prevista na nova legislação só possa ser aplicada após negociação entre empresa e sindicato.
Para o diretor do Sindicato, Moisés Selerges, existem algumas contradições na forma que a empresa tem conduzido suas atividades. “A produção está crescendo, vários companheiros estão pela primeira vez participando de uma assembleia na porta da fábrica. A empresa está em uma contradição enorme, contratando e ao mesmo tempo falando que tem que demitir pessoas para reduzir custos”.
“A empresa fala que o país está uma porcaria porque não teve reforma da Previdência e os trabalhadores aqui é que vão pagar? Que fale isso para a Merkel na Alemanha. O Brasil está como está porque não existe uma política de crescimento do País”, completou Moisés.