A rede de supermercados Auchan Retail International, a Decathlon e a Leroy Merlin – todas francesas e de propriedade de uma mesma família – anunciaram neste domingo (27) que manterão suas atividades na Rússia, apesar da pressão dos apoiadores da Otan e das sanções do governo Biden contra a Rússia.
“Estamos lá e agimos pela população civil”, declarou o presidente da rede Auchan Retail, Yves Claude, que conta com 232 supemercados e oferece também vendas online, atividades com as quais garante 30.000 empregos em solo russo, onde se encontra há duas décadas.
Segundo o CEO da rede de supermercados, sair daquele mercado poderia até ser aceitável “no plano econômico, mas não do ponto de vista humano”. “Estamos posicionados ali e pensamos permanecer em um período de forte inflação para ajudar a proteger o poder de compra das pessoas e de nossos funcionários, 40% deles acionistas”, declarou Yves Claude ao semanário Journal du Dimanche.
A pressão sobre as empresas que mantêm seus negócios com a Rússia vem aumentando por parte do governo dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde que o país lançou uma ação militar na Ucrânia em 24 de fevereiro, se contrapondo à agressividade de Kiev contra as repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja independência Moscou reconheceu. Depois de ter confirmado sua permanência na Rússia, a montadora Renault não sustentou a pressão e voltou atrás.
Em discurso por videoconferência perante senadores e deputados franceses, em tom beligerante, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky propôs um boicote à Rússia. Zelensky criticou a Auchan na lista de empresas francesas que mantêm operações naquele país.