A candidata à vice-presidência da Colômbia pelo Pacto Histórico, a oposicionista Francia Márquez, denunciou em sua conta no Twitter neste domingo (27) as ameaças de morte que vêm recebendo pelo grupo paramilitar de extrema-direita Águias Negras.
Diante dos mais de 1.300 assassinatos de lideranças sociais ocorridos desde a assinatura dos Acordos de Paz, em 2016, a vice de Gustavo Petro defendeu que o governo de Iván Duque garanta a proteção de sua família e dos dirigentes mencionados nos panfletos terroristas. “As calúnias, as manifestações racistas não são suficientes, mas em menos de um mês me ameaçaram de morte duas vezes, junto com outros líderes sociais, senhor presidente”, alertou Francia Márquez.
Em outro comunicado, a líder ambientalista e de direitos humanos fez uma conclamação para que a Procuradoria Geral da República “investigue esses acontecimentos e que, desta vez, a impunidade não vença”.
DEFENSORA DOS DIREITOS HUMANOS
Autodefinida como a voz dos “ninguém”, Francia Marquez nasceu em Suaréz (Cauca) em 1º de dezembro de 1981. Destacou-se como ativista ambiental, defensora dos direitos humanos e do feminismo. Sua trajetória e lutas pelo cuidado com a natureza a cobriram de reconhecimentos, mas provocaram o ódio das grandes empresas mineradoras, devastadoras e poluentes.
Entre os prêmios que recebeu está o The Goldman Environmental Prize, em 2018, apontado como o Prêmio Nobel Ambiental. Por sua oposição à mineração ilegal, após receber ameaças, foi alvo de um atentado a granada em 2019. Em 2022 ficou em segundo lugar nas consultas interpartidárias do Polo Democrático Alternativo, com mais 780 mil votos, sendo logo depois convidada por Petro para compor a chapa presidencial.
“Nossa tarefa será contribuir para uma luta histórica pela qual esperávamos como povo afrodescendente que é poder avançar na reparação e na implementação dos direitos constitucionais”, disse Francia Marquez.