O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL), foi recebido nesta quarta-feira na sede da CGT da Argentina, onde está cumprindo uma extensa agenda política de visitas a convite do movimento sindical do país irmão. O pré-candidato foi recebido por peronistas e diretores da entidade, entre eles, Ruben Cortina (Secretário de Relações Internacionais), Héctor Daer, (Secretário Geral), Noe Ruiz (Secretária de Igualdade e Gênero) e Domingo Moreyra, vogal da CGT. Estiveram presentes também ao encontro vários membros da Juventude Sindical.
Raul Reyes, dirigente dos Petroleiros Patagônicos, ligado ao senador Guillermo Pereyra, também esteve com João Goulart. Eles mantiveram conversações sobre a questão dos militares, tanto sobre o passado como também sobre as recentes revelações tornadas públicas pela CIA, sobre crimes cometidos no período autoritário no Brasil.
O pré-candidato a presidente brasileiro tem lembrado que mais de 7 mil militares brasileiros foram cassados com a derrubada de Jango, o que mostra, segundo ele, que o golpe no Brasil não contava com um grande apoio dentro das FFAA como se costuma apregoar. O representante do PPL tem defendido que haja um nova formulação por parte dos militares do conceito de Segurança Nacional. “A Segurança Nacional que precisamos é a segurança de nossas riquezas, de nossas fronteiras, de nossas empresas estratégicas e de nosso petróleo”, diz ele.
Antes de embarcar, João Goulart Filho tomou algumas providências em relação às investigações sobre a morte de seu pai, o ex-presidente Jango, que permaneceu no exílio até nos deixar em 1976. Revelações feitas recentemente em documentos tornados públicos pela CIA, dando conta de que os assassinatos ocorridos no período da ditadura eram oficiais e apoiados pelos americanos, levaram João Goulart Filho a questionar as autoridades sobre oitivas pendentes com agentes envolvidos em assassinatos de líderes políticos sul americanos e que se encontram sob proteção do governo norte-americano.
O Instituto João Goulart, instituição presidida por João Vicente para preservar a memória de seu pai, acabou de entrar com uma petição junto ao Ministério Público Federal cobrando do governo federal que as autoridades brasileiras parem de se submeter à diplomacia americana e exijam dos EUA que as informações solicitadas para esclarecer a morte de Jango, sejam atendidas. “É uma falta de respeito o que eles fazem com o Brasil”, diz João Goulart Filho.
Em sua viagem à Argentina, João Goulart Filho esteve também com membros do Partido Justicialista para uma análise sobre a situação política dos dois países. Carlos Mosqueira, da direção peronista, acompanhou o político brasileiro nas visitas aos lugares mais significativos da luta antiimperialista argentina, diante de Juan Domingos Perón, ao escritório e à biblioteca de Eva Perón. Por fim, o pré-candidato do PPL participou de reunião com membros do Instituto La Alameda, ligado ao Papa Francisco e ao Vaticano.