Trabalhadores da empresa ferroviária privada grega TrainOSE, que vêm se recusando a participar do translado de blindados dos EUA e da Otan do porto de Alexandrópolis rumo à Polônia, para entrega ao regime de Zelensky na Ucrânia, receberam o apoio de 15 sindicatos da segunda maior cidade da Grécia, a portuária Tessalônica.
“Exigimos que o material ferroviário de nosso país não seja utilizado para transportar o arsenal dos EUA e da Otan aos países vizinhos”, afirma o comunicado dos sindicatos, que também advoga o fim da intimidação contra os ferroviários gregos.
“Não seremos cúmplices da passagem do maquinário de guerra pelo território de nosso país”, acrescentou a declaração.
Os sindicatos gregos denunciaram que “há cerca de duas semanas está sendo exercida pressão sobre o pessoal das máquinas em Tessalônica para irem a Alexandroupolis. Inicialmente, o empregador indicou quem deveria ir, mas após eles recusarem, disse ‘para escolherem entre si’. Quando de novo ninguém concordou em ir ‘voluntariamente’, [o empregador] começou a falar sobre as ‘obrigações’, indicando que o seu contrato de trabalho estipula que ‘o empregado pode ser transferido de acordo com as necessidades da empresa'”.
A recusa dos trabalhadores gregos em apoiar a Otan, cuja expansão até às fronteiras russas é a raiz de fundo do atual conflito, repete a recente ação de trabalhadores italianos que denunciaram o envio de armas para Kiev por via aérea sob o disfarce de “ajuda humanitária”.
Na semana passada, manifestantes gregos na região da Trácia lançaram globos de água com tinta vermelha contra tanques norte-americanos transportados por ferrovia. Na sexta-feira, uma manifestação convocada pelos comunistas gregos e por sindicatos na Praça Sintagma, junto ao parlamento, em Atenas, exigiu o fechamento das bases da Otan e dos EUA na Grécia e manifestou a oposição ao deslocamento de um só soldado grego que seja ao estrangeiro.