Mais de 800 venezuelanos que estavam acampados na praça Simón Bolívar, em Boa Vista, foram retirados e levados para dois abrigos temporários, em uma operação que contou com 200 militares e 100 civis, no último dia 6. Os imigrantes ocuparam a praça, que havia sido cercada com tapumes pela Prefeitura de Boa Vista, por mais de sete meses.
A praça não tinha banheiros e nem água potável e mesmo assim, era o principal ponto de aglomeração de venezuelanos na capital. Os moradores se instalavam em barracas de camping, ou em estruturas de lona e madeira ou dormiam sobre papelões, situação vinha se agravando por conta da chegada do período chuvoso. Para se alimentar, muitos faziam fogueiras e cozinhavam até em latas de tinta.
Roraima está recebendo um grande fluxo de venezuelanos desde 2015, a crise política, econômica e social do país trás pessoas fugindo da fome, falta de emprego, da hiperinflação, falta de serviços de saúde. De 2015 a 2017 foram mais 19 mil pedidos de refúgio de venezuelanos em Roraima. A prefeitura da capital diz que 40 mil estão vivendo em Boa Vista.
O governo estima que todos os dias pelo menos 400 venezuelanos cruzam a fronteira de Roraima. Entre janeiro e fevereiro deste ano, quase 3 mil pediram refúgio e outros 7,9 mil solicitaram residência temporária à Polícia Federal em Boa Vista.