As centrais sindicais realizaram, nesta quinta-feira (7), a Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), reunindo Força Sindical, CTB, CUT, Nova Central, CSB, Conlutas, Intersindical e Pública em defesa de uma bandeira unificada contra Bolsonaro, pela recuperação dos empregos, dos direitos trabalhistas e do desenvolvimento nacional.
O encontro foi realizado com a presença dos dirigentes sindicais e também acompanhado pelos trabalhadores na internet. Ricardo Patah, presidente da UGT, relembrou a história da Conclat, “que ajudou a democratizar o Brasil”, e hoje “o que nos une, o nosso maior objetivo é ‘fora, Bolsonaro. Resolvendo isso, o Brasil vai ser dos brasileiros, dos trabalhadores, dos negros, das mulheres”, afirmou.
Miguel Torres, presidente da Força, manifestou sua solidariedade aos metalúrgicos da Toyota, que viram a fábrica fechar essa semana, em São Bernardo. Solidariedade aos funcionários da Avibras, que lutam contra a demissão e o fechamento da empresa, e também aos servidores do Banco Central, em greve por reajuste salarial.
“Nossa pauta afirma a opção pela geração de emprego, políticas de desenvolvimento local e regional, com conteúdo nacional. Inovação para toda a estrutura produtiva, com emprego e crescimento dos salários”, ressalta. “Mas, além disso tudo, temos uma unanimidade aqui, que é a principal motivação que temos esse ano, que é tirar esse governo, tirar o Bolsonaro. A segunda é eleger os nossos representantes”, afirma Miguel Torres.
Adilson Araújo, presidente da CTB, também falou da importância da Conferência. “E esse ano, estamos numa encruzilhada história. Se vamos continuar reféns da barbárie neofascista ou se vamos reconstruir o nosso país, com um projeto de desenvolvimento, de emprego, de democracia”.
“O Brasil segue desgovernado. Com uma política de destruição, de desindustrialização e desnacionalização. Por isso, é necessário combinar esforços. Precisamos, juntos, impedir a privatização dos Correios, da Eletrobrás, e da Eletronorte, do Banco do Brasil, da Petrobrás”, ressaltou Adilson, se solidarizando também com a mobilização dos trabalhadores marítimos que lutam contra o PL que institui o programa BR do Mar.
“O nosso quadro econômico é lastimável. Só faz sorrir os banqueiros e os rentistas. Olha o preço do gás de cozinha, da gasolina, da cenoura. Fazem sangrar o bolso do povo. Reduzem o salário do trabalhador. Estamos aqui para dizer que não podemos admitir que as coisas aconteçam do jeito que estão. Essa Conclat representa a união da classe trabalhadora por empregos, direitos, democracia e vida. E o grande significado dessa Conclat é indicar para o nosso povo que a bandeira que nos une é derrotar Bolsonaro”.
Para Sérgio Nobre, presidente da CUT, “o povo está desempregado, passando fome, perdendo a esperança no futuro”. “O caminho é lutar. O Brasil está onde está por causa do ódio, da indiferença, pelo endeusamento do individualismo. Não tem saída se não for o contrário, através da solidariedade, do companheirismo e da luta”, afirmou.
Antônio Neto, presidente da CSB, defendeu a revogação das reformas trabalhistas e previdenciárias e ressaltou que a mobilização não acaba com a saída de Bolsonaro. “Não é só tirar Bolsonaro e o bolsonarismo. Precisamos acabar com esse tripé econômico perverso”, afirmou.
“Queremos, no mínimo, aquele Brasil que se apresenta na Constituição Cidadã de 1988. Um país mais humano, que valoriza e fortalece o estado de bem-estar social”, afirmou também José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor.
Representando as mulheres trabalhadoras, dirigentes das centrais defenderam o combate às desigualdades no mercado de trabalho, com “salário igual para trabalho igual”, “fortalecimento da licença-maternidade” e “creche em tempo integral e de qualidade”.
“A ideia é garantir a permanência das mulheres no mundo do trabalho”, afirmou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Pereira. “Por isso queremos mais mulheres nas políticas. Não podemos ser só 15% no parlamento”, ressaltou Celina Alves Arêas, secretária nacional da CTB.
Veja baixo a íntegra da Cconclat: