Disputas são renhidas nas redes sociais. Quem não tem peso ou relevância nesse novo segmento de mídia está “frito”, comenta Tiago Falqueiro, que é jornalista e estrategista digital
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, perdeu mais uma vantagem em que se sobressaia em relação aos demais contendores. Ele liderava em volume de interações nas redes sociais nos primeiros meses do ano.
Agora, enfrenta forte aproximação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atualmente lidera as pesquisas de intenção de voto presidenciais.
É o que mostra monitoramento da Dapp/FGV (Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV) realizado entre março e abril, que identificou mais de 46,6 milhões de interações e visualizações nos perfis, páginas e canais dos presidenciáveis Bolsonaro, Lula, Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (União Brasil), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Eduardo Leite (PSDB), no Twitter, Facebook, Instagram e YouTube.
ALAVANCAGEM DE INTERAÇÕES
No período, o perfil do petista se aproximou do desempenho apresentado por Bolsonaro e mostrou grande capacidade de engajamento no Instagram, que hoje é uma das redes sociais mais usadas pelos jovens.
Publicações com as chamadas celebridades e artistas como Ludmilla e Gaby Amarantos; e os olimpianos como Martinho da Vila e Paulinho da Viola, entre outros, alavancaram as interações nas redes sociais do ex-presidente Lula.
O Facebook foi a única rede em que Bolsonaro se manteve com grande distância em relação aos demais adversários dele. No YouTube, Ciro Gomes aparece consolidando liderança e já tem mais que o dobro de visualizações do que o canal do segundo colocado, Bolsonaro.
O que mostra que a aposta que Ciro fez em estética gamer tem surtido efeito.
NÚMEROS DOS CANDIDATOS NAS REDES
No monitoramento amplo, os bolsonaristas controlam atualmente 25,84% dos perfis e geraram 50,66% das interações no período. Do campo de Lula (PT), em torno do qual orbitam 34,73% dos perfis, partiram 29,16% das interações.
Próximos de Sergio Moro (União Brasil) e João Doria (PSDB) estão 4,16% dos perfis, que respondem por 5,5% das interações.
PAU A PAU
No Twitter, Bolsonaro obteve 2,95 milhões de interações no período, contra 2,53 milhões de Lula. Moro, terceiro colocado, ficou com 680 mil.
No Instagram, Bolsonaro obteve 9,2 milhões de interações, seguido por Lula, com 5,9 milhões. Moro aparece em terceiro, com 1,7 milhão.
LIDERANÇA NO FACE
No Facebook, o presidente da República teve 10,1 milhões de interações, ao passo que o petista ficou com 3,4 milhões. Ciro Gomes, em terceiro, teve 363 mil.
No YouTube, Ciro amealhou 3,5 milhões de interações, com Bolsonaro (1,6 milhão) e Lula (1,4 milhão) na sequência.
RELEVÂNCIA OU IRRELEVÂNCIA
Candidatos sem relevância nas redes sociais têm menos chances de se colocar na disputa real. As campanhas eleitorais, desde o advento e avanço da interação virtual, não se dão mais apenas no corpo a corpo ou em espaços das mídias tradicionais: rádio, TV e jornais.
As disputas são renhidas nas redes sociais. Quem não tem peso ou relevância nesse novo segmento de mídia está “frito”, comenta Tiago Falqueiro, que é jornalista e estrategista digital. Ou seja, esse tipo de candidato irrelevante nas redes digitais está fora da disputa real.
Falqueiro diz mais: “candidatos que não se preocupam com suas redes sociais já saem perdendo”.
M. V.