Em mais uma encenação de Bolsonaro. Cinismo passou de todos os limites. O “mito” atrelou os preços internos ao dólar. Só que, quando o dólar sobe, os preços sobem. Mas, quando o dólar cai, os preços não caem
Jair Bolsonaro está com medo do cartão vermelho que deverá receber do povo brasileiro em outubro pelo desastre que foi o seu governo. A inflação disparou, o desemprego está nas alturas e a fome está batendo à porta dos brasileiros. Ao invés de governar o país, de resolver os problemas, de tentar melhorar a vida do povo, ele só faz demagogia.
Como agora, por exemplo, com o anúncio de uma redução de 5% no preço do gás de cozinha. Ele reduz essa titica no preço depois de aumentar o gás em 16,6% há duas semanas. Ou seja, o aumento foi muito maior que essa pequena redução. Em alguns lugares o botijão de gás está sendo vendido a R$ 130. E a população, sem dinheiro, está voltando ao velho fogão à lenha.
Em doze meses, o IPCA de março atingiu 11,30%. Acumulam altas no período: óleo diesel (46,47%) gasolina (27,48%), etanol (24,59%), gás de botijão de cozinha (29,56%), gás encanado (33,37%) e gás veicular (45,54%). O IBGE destacou que no mês de março puxaram os aumentos o setor de transportes (alta de 3,02%) e alimentação e bebidas (alta de 2,42%). “Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA de março”, destacou o instituto.
Não se vê Bolsonaro reunido no Palácio, discutindo os problemas da população. Foi assim durante toda a pandemia. Vive passeando e fazendo politicagem ao invés de governar. Para agradar as multinacionais e os grandes empresários, Bolsonaro atrelou os preços internos ao dólar. Só que, quando o dólar sobe, os preços sobem. Mas, quando o dólar cai, os preços não caem. Nos supermercados os preços não param de subir. E ele não faz nada.
A inflação este mês foi a maior desde 1994. Já está passando de 11%. Os salários estão comprando cada vez menos produtos. A renda do trabalhador caiu 9,7% em março deste ano, segundo o IBGE. E não adianta tentar desconversar. Segundo pesquisa recente do instituto Datafolha, 75% dos brasileiros responsabilizam o governo Bolsonaro pela alta dos preços e da inflação.
E, mesmo diante de toda essa crise, Bolsonaro não faz nada. Aliás, faz sim. Corta direitos sociais e mantém os salários arrochados e quer vender o Brasil. Seu ministro acaba de dizer que aumentos de salários, se vierem, vão destruir a economia do país. O que destrói o país não são salários. O que destrói o país são as propinas cobradas pelos pastores de Bolsonaro no Ministério da Educação. É o roubo na compra das vacinas e o superfaturamento na compra de ônibus escolares. Isso sim é como um cupim a corroer a paciência dos brasileiros.
Salários dignos aumentam o consumo, turbinam as vendas e empurram para cima a produção. Só quem vive no mundo da parasitagem e da jogatina como Paulo Guedes para dizer que salários melhores vão prejudicar a economia do país. Ele diz isso porque tem uma fortuna escondida nas Ilhas Virgens Britânicas e ganha sem trabalhar, só com a variação do dólar, que ele mesmo faz subir. Bolsonaro entregou a economia na mão de bookmakers como Guedes e outros, que ganham com a especulação financeira.
O governo fica mudando a direção da Petrobrás a toda hora, mas os preços da gasolina e do diesel continuam subindo sem parar. O último aumento foi de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. Há dois dias, ele autorizou o aumento de 18,6% do querosene de aviação. Agora, depois de aumentar no mesmo dia em 16,6% o botijão de gás de cozinha, ele anuncia agora essa redução ridícula de 5%. É o fim da picada.