Com a casa lotada, o ex-presidente Lula afirmou aos dirigentes sindicais que irá revogar a reforma trabalhista e criar uma nova legislação se for eleito presidente, em outubro. “Meu compromisso é que, chegando ao governo, pode preparar passagem de avião, vocês vão a Brasília para discutir”, declarou.
As centrais sindicais, em ato na Casa de Portugal, entregaram ao candidato à presidência, líder nas pesquisas, a pauta dos trabalhadores lançada na Conclat (Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras), no último dia 7 de abril, em São Paulo.
“Queremos uma parceria com as centrais para reconstruir o Brasil”. Vamos recuperar, em quatro anos, o que eles destruíram”, disse Lula. “Todo mundo vai sentar na mesa. E quero ouvir os compromissos de cada um sobre como pode ajudar a melhorar a vida do nosso povo. Queremos também chamar os presidentes da Fiesp, da Febraban”. Lula sugeriu que Alckmin, indicado a vice da chapa, também presente, coordene a negociação entre sindicalistas e empresários.
Sobre a reforma tributária, Lula falou: “Há quanto tempo não tem reajuste da tabela do imposto de renda? Num país em que o pobre paga muito mais imposto que o rico. É por isso que vamos ter que fazer uma reforma tributária para quem tem mais pagar mais imposto”.
O ex-presidente também falou sobre a situação dos trabalhadores de aplicativo. “A palavra ‘empreendedor’ é bonita. Mas você não tem direito a descansar, a férias, não pode ficar Natal e Ano Novo junto da família. Se machucar… Precisam tratar os trabalhadores de aplicativo de maneira respeitosa. Não pode entregar comida passando fome”.
Carlos Müller, presidente da CONTTMAF (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos), em nome da CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, falou que os portos brasileiros e o transporte marítimo, que fazem parte da nossa marinha mercante, “são fundamentais para o programa nacional de desenvolvimentismo, para gerar empregos e para soberania nacional”.
“O Brasil é grande produtor de commodities, de minério de ferro, de soja, de milho, e nesse momento não existe um navio brasileiro fazendo esse transporte. O setor portuário e naval pode ser promotor do desenvolvimento e da geração de empregos. E podem ajudar a financiar nosso desenvolvimento econômico. Neste sentido é um absurdo o sucateamento, a privatização e desmanche do setor”, afirmou.