
Deputado é um troglodita investigado por pregar atos de violência contra o Congresso e ministros do STF
A indicação do deputado pastor Otoni de Paulo (MDB-RJ) por Bolsonaro para vice-líder do governo na Câmara Federal é o retrato do isolamento do Planalto. Otoni foi afastado do cargo em julho de 2020, após imitar histeria de Daniel Silveira e fazer violentos ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em vídeos gravados e publicados em 2020, Otoni de Paula chamou o ministro Alexandre de Moraes de “lixo”, “tirano” e “canalha”, entre outras ofensas. A Procuradoria Geral da República o denunciou ao STF, acusado dos crimes de difamação, injúria e coação. Assim como Daniel Silveira, Otoni também insuflou as pessoas a invadirem o Supremo para agredir ministros.
O pastor Otoni de Paula é chegado a Bolsonaro, assim como são chegados também ao “mito” e sua família os dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, que foram flagrados cobrando propinas de prefeitos para liberar verba do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). Um deles, Gilmar Santos, chegou a pedir a propina em barras de ouro a um prefeito que era de uma região de mineração.

O deputado também postou, na época, mensagens em rede social incitando invasão do parlamento, caso o Senado não aprovasse um eventual pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Milicianos apoiadores de Bolsonaro alegam que estão no seu direito porque têm imunidade parlamentar. No entanto, não é verdade que a imunidade parlamentar proteja contra crimes comuns. Incitar a violência contra um ministro do STF é um ato criminoso e não é protegido por uma alegada liberdade de expressão.
Na ocasião, a Justiça de São Paulo determinou que as redes sociais removessem as postagens feitas pelo deputado. Ele pediu desculpas, mas afirmou, por meio de nota, as falas “refletem direito de expressão”. Em 2021, atendendo a pedido da PGR, Alexandre de Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal em endereços ligados a Otoni de Paula.
O objetivo das medidas foi apurar crime de incitar a população, por meio das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia e o Estado Democrático de Direito. O fascista Silveira chegou a pregar que as pessoas invadissem o STF e cortassem a cabeça de Alexandre de Moraes, colocando-a depois numa lata de lixo.
A indicação de Otoni é mais uma afronta de Bolsonaro ao STF. Ela foi publicada na edição desta sexta-feira (23) do “Diário Oficial da União”, um dia após Bolsonaro ter anunciado o perdão da pena do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo STF. A medida foi criticada por políticos e especialistas, que apontam “inconstitucionalidade” ou “ilegalidade” do ato do presidente.