O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre (PPL), condenou enfaticamente a declaração feita por Jair Bolsonaro, neste sábado (19), em Natal, no Rio Grande do Norte, durante entrevista ao jornal El País, de que a Amazônia não pertence aos brasileiros. “A amazônia não é nossa. Aquilo é vital para o mundo”, disse ele. “Temos como explorar em parcerias essa região”, acrescentou Bolsonaro.
“Já era surpreendente uma pessoa se arvorar a ser candidato a presidente do Brasil e, ao mesmo tempo, aparecer batendo continência para a bandeira americana. Agora, abrir mão da Amazônia, dizer que ela não é nossa, é passar de todos os limites da subserviência”, observou João Goulart. “As Forças Armadas Brasileiras, principal instituição guardiã da soberania territorial do país e responsável pela proteção da Amazônia, certamente não aprovam esse tipo de declaração irresponsável”, prosseguiu João Goulart.
“A Amazônia Brasileira, além de ser a maior área verde do mundo, é também a maior reserva de biodiversidade do planeta. As riquezas que estão naquela área do nosso território podem e devem servir para o desenvolvimento científico e econômico do Brasil e garantir o bem estar de nossa gente”, defendeu Goulart.
“O Brasil, diferentemente dos países da Europa, tem conseguido, não obstante todos os percalços, preservar sua principal floresta. Nós demos exemplo ao mundo de como se deve agir para preservar a floresta amazônica. E muito do êxito obtido na busca desse objetivo se deve ao papel desempenhado pelas FFAA na região. A proteção de nossas fronteiras da Amazônia é fundamental e o país deve garanti-la.
“Essas ‘parcerias’ para explorar a Amazônia, apregoadas por Bolsonaro, não interessam ao Brasil. Pelo contrário, elas expõem as nossas riquezas à cobiça internacional. Os grandes conglomerados multinacionais, que estão de olho na Amazônia, não se preocupam com o nosso país, com as populações locais, e muito menos com o meio ambiente”, alertou o pré-candidato do PPL.
“Desde o fim da União Soviética e da guerra fria, as Forças Armadas brasileiras já vêm revisando o seu conceito de Segurança Nacional e eu estou de pleno acordo com essa revisão. A doutrina de Segurança Nacional, atualmente, deve se voltar para a defesa de nossas riquezas, de nossa plataforma marítima, de nossos minérios, do nosso petróleo, da biodiversidade. Colocar em risco nossa soberania sobre a Amazônia, como faz Jair Bolsonaro, com essa infeliz declaração, é desrespeitar sobretudo o trabalho feito até aqui pelas FFAA.
Não é a primeira vez que o deputado afronta as FFAA. Pouco antes de ser afastado do Exército, em 1988, Jair Bolsonaro (PSL) teve que responder a um processo interno por ter afirmado à revista Veja, numa entrevista de 1986, entre outras coisas, que o Exército Brasileiro era “uma vergonha nacional”. Ele também disse que pretendia, junto com Fábio Passos, explodir algumas bombas. Depois corrigiu: só haveria a explosão de “algumas espoletas”. Após se eleger vereador pelo Rio de Janeiro, em 1988, foi afastado da tropa.
Diante da notória mudança climática global (invernos e verões extremos, períodos de estiagem mais longos e fora de época, etc.), faz-se premente a preservação da Amazônia. Contudo, infelizmente, os políticos de hoje em dia, em sua maioria, quando não relegam a Amazônia para terceiro plano, simplesmente a ignoram, pois estão vendidos ao capitalismo selvagem. A Amazônia é a maior vítima do capitalismo selvagem. Faltam políticos que defendam vigorosamente a Amazônia com muito cientificismo e honestidade no Congresso Nacional, tal qual fazia o senador Evandro Carreira: https://www.youtube.com/watch?v=qXxrIJjvrf8