Disparos de mísseis efetuados pela Marinha da Rússia destruíram o depósito com munição que acabara de chegar a cidade ucraniana
Um grande lote de armas e munições enviados para Kiev por países ocidentais foi destruído no sudeste da Ucrânia na quarta-feira (27), anunciou o Ministério da Defesa da Rússia. Um armazém militar instalado no território da fábrica de alumínio industrial Zaporozhye foi atingido por mísseis Kalibr, disparados de navios da Marinha Russa no Mar Negro.
A instalação abrigava “um grande lote de armas e munições estrangeiras, fornecidas pelos EUA e países europeus ao exército ucraniano”, disse o ministério. Aviões de guerra russos atingiram 59 alvos militares ucranianos durante a noite, enquanto a artilharia realizou 573 ataques contra as forças de Kiev; 18 drones também foram abatidos, acrescentou.
Na segunda-feira, ataques russos com armas de precisão destruíram os centros que fornecem energia a seis entroncamentos ferroviários no oeste da Ucrânia, que são chaves para o despacho de armas estrangeiras ao regime de Kiev, especialmente evitando que cheguem às tropas ucranianas cercadas no Donbass. Com isso, só restará o uso de locomotivas a diesel – que a Ucrânia tem em número reduzido – para transporte desse equipamento pesado
“Essas armas serão um alvo legítimo para as Forças Armadas russas”, reiterou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na terça-feira.
“Os armazéns, inclusive no oeste da Ucrânia, tornaram-se um alvo desse tipo mais de uma vez. De que outra forma poderia ser? A OTAN está essencialmente entrando em guerra com a Rússia por meio de um procurador e armando esse procurador. Guerra significa guerra”, destacou.
Na segunda-feira, em uma reunião com aliados da Otan na base aérea de Ramstein, na Alemanha, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que Washington “continuará movendo céu e terra para que possamos atender” às necessidades militares do governo ucraniano.
No domingo, o próprio Austin, acompanhado do secretário de Estado Antony, estivera em Kiev para supervisionar a disposição do regime de Zelensky de “lutar até o último ucraniano” para atender à meta, estabelecida em 2008 pelo então presidente W.Bush, de anexação da Ucrânia pela Otan.
Segundo a CNN, o Pentágono abriu na Alemanha um centro de coordenação para o fornecimento de armas à Ucrânia. O Pentágono informou na semana passada que Washington forneceu quase US$ 3,4 bilhões em assistência de segurança – isto é, armas – ao regime de Kiev desde 24 de fevereiro.
A operação militar especial russa foi desencadeada após a recusa da Ucrânia em implementar os termos dos acordos de Minsk para solução pacífica e reintegração do Donbass, e na iminência do terceiro ataque em oito anos contra às repúblicas antifascistas, com o objetivo de ‘desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia e impedir sua anexação pela Otan dominada pelos EUA.
A Rússia alertou repetidamente os EUA e seus aliados no Reino Unido e na UE contra o envio de ajuda letal à Ucrânia, dizendo que isso apenas desestabiliza a situação e dificulta as negociações de paz. Moscou também advertiu sobre o risco das armas “caírem em mãos erradas” e acabarem prejudicando, como bumerangues, os próprios doadores.