Milhares de estudantes universitários de toda a França paralisaram e ocuparam as universidades públicas “contra a ditadura de Macron” que adultera a legislação vigente, elitizando completamente os critérios de seleção.
Conforme denunciam os jovens, promulgada no dia 8 de março, a chamada lei de Vidal – em homenagem ao ministro do Ensino Superior, Pesquisa e Inovação – filtra artificialmente o ingresso nas universidades, selecionando as vagas para uma pequena casta de endinheirados. Na prática, sublinham, ela valorizará drasticamente as notas do bacharelado, a qualidade da escola onde o candidato estudava, as atividades acadêmicas e a aprendizagem de um candidato.
A verdade nua e crua, condenam os estudantes, é que a lei favorecerá os segmentos mais privilegiados da população, aqueles que – ao contrário da ampla maioria da juventude trabalhadora – têm acesso a melhor educação, viagens, empregos e oportunidades culturais.
Nos últimos dois meses, as ocupações das universidades se espalharam por todo o país: em 26 de março, a faculdade de Tolbiac, em Paris, foi bloqueada; em 3 de abril, a faculdade de Saint-Denis; em 8 de abril, a de Paris III (Sorbonne Nouvelle) e a Paris IV (Clignancourt); e em 17 de abril foi a vez da Nanterre. Os bloqueios e mobilizações sacudiram outras cidades como Toulouse (meados de março), Limoges (início de abril), Rennes (5 de abril), Metz (11 de abril) e Marselha (19 de abril). Muitas dessas ocupações acabaram sendo desmanteladas pelos ataques da repressão.
O bloqueio de Tolbiac foi rompido em 10 de abril, o de Metz em 25 de abril, Toulouse em 9 de maio e em 10 de maio foi a vez da corte de Nantes ordenar a “libertação” do edifício ocupado, chamado “Censive”. Apesar dos reiterados atropelos da polícia, os bloqueios continuam em Paris IV (Clignancourt), Paris VIII (St. Denis), Marselha, Limoges e Nantes. Rennes-II e Nanterre.