Preço médio no país ultrapassou R$ 7,00 e em Tubarão (SC) já atinge R$ 8,99
O preço da gasolina continua subindo e batendo recordes semanais após os sucessivos aumentos promovidos pela direção da Petrobrás com a autorização do governo Bolsonaro. De acordo com dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro da gasolina nos postos de combustíveis alcançou preço médio de R$ 7,295 na semana passada (entre 2 e 6 de maio), o que representa um aumento de 0,16% em relação ao levantamento da semana anterior. Este é o maior valor nominal do combustível desde que a ANP passou a registrar os preços nas bombas, em 2004.
Dos 5.146 postos pesquisados, o maior valor do litro foi identificado em Tubarão, município de Santa Catarina, onde o litro alcançou R$ 8,999. O menor preço foi encontrado em São Paulo por R$ 6,199 o litro.
A pesquisa da ANP, entretanto, não reflete o que na prática se vê por aí. Em alguns postos do interior do país, o litro da gasolina ultrapassa os R$ 10, conforme observado no interior do Acre na semana passada.
O impacto dos sucessivos aumentos no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador prévio de inflação oficial, foi de alta de 7,51% da gasolina em abril. Em 12 meses, o preço do combustível acumula alta de 30,12%.
O balanço semanal da ANP também registrou um aumento de 0,30% no preço do diesel, cujo valor médio nos postos foi de R$ 6,630 o litro.
PREÇO DOLARIZADO
Praticando oficialmente desde 2016 a chamada política de paridade de preços, a Petrobrás passou a orientar os preços dos combustíveis nas refinarias pelo que é cobrado no mercado externo. Desta forma, o país – mesmo sendo autossuficiente em petróleo – fica à mercê dos preços da especulação internacional.
A política para a qual Bolsonaro assina embaixo é responsável por levar o país para uma crise inflacionária sem precedentes, enquanto beneficia os acionistas da Petrobrás distribuindo entre eles o lucro advindo do preço dos combustíveis. Na última quinta-feira (05), a companhia informou que obteve lucro líquido de R$ 44,561 – resultado 3.718,4% maior do que no mesmo período do ano passado. Os acionistas, na maioria estrangeiros, vão receber R$ 48 bilhões em dividendos.