Os professores da Universidade de São Paulo (USP) e funcionários técnicos administrativos e da saúde da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiram iniciar uma greve pela valorização salarial das categorias que vem ocorrendo desde 2015. As paralisações na Unicamp começaram na última terça-feira (22), e na USP começarão na próxima (29).
Todos os trabalhadores técnicos administrativos e docentes das Universidades estaduais paulistas, ou seja, USP, Unicamp e Unesp, têm visto seus salários desvalorizarem. Quando os reajustes propostos pelas reitorias não eram de 0%, não ultrapassavam os índices da inflação. De acordo com os cálculos do Fórum das Seis, entidade que reúne as representações estudantis, docentes e dos funcionários das estaduais, feitos a partir dos dados do Índice de Custo de vida/DIEESE, para que o poder aquisitivo volte a ser igual ao de maio de 2015 o reajuste hoje deveria ser de 12,66% na USP e Unicamp, e de 16,04% na Unesp.
A proposta dos reitores neste ano começou em 0%, mas na última reunião de negociação com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), que aconteceu no dia 17, subiu para 1,5%, o que não chega nem perto de repor as perdas salariais. Para João Raimundo Mendonça de Souza, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), “o índice é inaceitável diante das perdas que estamos tendo”. Na ocasião, os alunos, professores e funcionários das Estaduais fizeram uma manifestação em defesa dos salários e da qualidade das Universidades.
Apesar da próxima reunião do Cruesp estar marcada para a próxima quarta-feira (30), os reitores da USP e da Unicamp marcaram as reuniões dos Conselhos Universitários (CO), fórum onde o reajuste salarial efetivamente é decidido, para a terça-feira (29), o que acaba esvaziando o Cruesp.
As assembleias dos demais trabalhadores, professores e alunos que ainda não estão em greve acontecerão até a sexta-feira (25).