Nas refinarias, combustível está 47% mais caro no ano
A direção da Petrobrás, com o aval do governo Bolsonaro, elevou em 8,87%o preço do diesel para as distribuidoras nesta segunda-feira (9). O preço médio do litro a partir de amanhã (10) vai passar de R$ 4,51 para R$ 4,91. É o terceiro aumento no ano. Em janeiro subiu 8% e em março deste ano, o preço do diesel explodiu em 24,9% nas refinarias.
Nas refinarias da Petrobrás, o combustível já acumula no ano alta de 47%.
O governo Bolsonaro propõe agravar ainda mais o problema da inflação no Brasil, já que o novo aumento trará mais impactos negativos nos custos da produção de alimentos e no transporte de mercadorias do país. O alimento que depende do transporte vai chegar ainda mais caro na mesa do brasileiro.
O resultado da inflação oficial de abril será divulgado pelo IBGE no próximo dia 11. No entanto, a prévia da inflação (IPCA-15) registrou a maior alta para o mês de abril desde 1995, com a taxa no acumulado em 12 meses chegando a 12%. Os preços dos combustíveis tiveram o maior peso para a disparada do indicador geral.
Em 12 meses, até abril, o diesel já acumula alta de 54,95% para os consumidores finais.
Na semana passada, o preço médio do óleo diesel S10 no país fechou em R$ 6,775 o litro, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
CAMINHONEIROS PROTESTAM
O preço mais alto foi encontrado no Estado de São Paulo, R$ 8,220 o litro. Já o mais baixo, foi localizado no Rio de Janeiro, a R$ 5,378 o litro. Valores que superam em muito os R$ 3,60 por litro que culminaram na greve dos caminhoneiros e na paralisação das atividades econômicas do país por 11 dias, em maio de 2018.
“Não vai ter jeito, nós vamos ter que parar”, declarou o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Chorão.
“Só estamos aguardando a posição de outros segmentos do transporte”, declarou. “Com esse valor não tem mais condições de rodar, o transporte no Brasil vai colapsar”, alertou Chorão, que voltou a criticar a manutenção pelo governo da política de atrelar os preços dos combustíveis que são produzidos no Brasil ao dólar e a cotação do barril do petróleo no mercado internacional, o PPI.
“Mudou o preço na bomba a dona de casa já sente o aumento no dia seguinte na feira livre. Não é culpa do feirante ou do caminhoneiro, e sim do PPI da Petrobras”, sentenciou.
Em nota à imprensa, a entidade diz, ainda, que “é com indignação que a Associação de Condutores de Veículos Automotores – ABRAVA recebe a informação de mais um aumento do óleo diesel. […] O fantasma da inflação voltou. Quando sobe o diesel, os produtos transportados pelos caminhoneiros vão subir no dia seguinte. […] Lembramos que essa luta pelo fim do PPI (preço de paridade internacional) não é só dos caminhoneiros, mas sim de toda a população brasileira, principalmente os mais vulneráveis e a classe média.”