Em manifesto, a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia junta sua voz à sociedade “em defesa das instituições democráticas, do respeito ao processo eleitoral e a seus resultados”
A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) afirmou no seu manifesto “Pela Democracia, Contra o Golpe, Contra a Miséria e a Desordem Social”, divulgado nesta terça-feira (10), que “pequenos grupamentos sociais têm se locupletado com a crise política, econômica e social que se alastra no país” e denunciar que “querem permanecer a qualquer custo mantendo seus privilégios”.
“Interesses corporativos e empresariais absolutamente minoritários se apossaram da máquina pública e querem permanecer a qualquer custo mantendo seus privilégios, em um quadro que se apresenta cada vez mais caótico do ponto de vista social, econômico e empresarial”, destacaram os economistas na carta, onde apontam que a “escalada da inflação” e as “políticas econômicas inconsequentes” do governo Bolsonaro “só tem resultado em queda geral da renda nacional”.
“Quase dois em cada três brasileiros reprovam o atual governo e sua política econômica. Neste contexto, onde a derrota eleitoral em outubro se consolida como destino anunciado, integrantes do governo, a começar pelo próprio presidente da república, buscam motivos para desacreditar o resultado das urnas e tentam se perpetuar de forma ilícita no poder”, alertaram.
Leia a nota na íntegra abaixo.
Pela Democracia, Contra o Golpe, Contra a Miséria e a Desordem Social
A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia vem juntar sua voz a toda a sociedade civil em defesa das instituições democráticas, do respeito ao processo eleitoral e a seus resultados.
Ameaças de invalidar a manifestação das urnas no próximo pleito vem se avolumando. Pequenos grupamentos sociais têm se locupletado com a crise política, econômica e social que se alastra no país. Interesses corporativos e empresariais absolutamente minoritários se apossaram da máquina pública e querem permanecer a qualquer custo mantendo seus privilégios, em um quadro que se apresenta cada vez mais caótico do ponto de vista social, econômico e empresarial. A escalada da inflação e das políticas econômicas inconsequentes, que só tem resultado em queda geral da renda nacional, se reflete nas sucessivas pesquisas de opinião pública. Quase dois em cada três brasileiros reprovam o atual governo e sua política econômica. Neste contexto, onde a derrota eleitoral em outubro se consolida como destino anunciado, integrantes do governo, a começar pelo próprio presidente da república, buscam motivos para desacreditar o resultado das urnas e tentam se perpetuar de forma ilícita no poder.
A total incapacidade de superar a crise, da qual as políticas econômicas adotadas são as principais responsáveis, se soma a atitudes absolutamente predatórias quanto ao meio ambiente. Os indicadores de desmatamento na Amazônia, aferidos para o mês de abril, são os maiores até aqui verificados. Rendimentos do trabalho, em suas diversas modalidades de vínculos ocupacionais, nunca estiveram tão aviltados.
Os lucros e dividendos da Petrobrás, a serem apropriados por um grupo mínimo de pessoas, seus acionistas privados, às custas de toda a nação, atingiram no trimestre passado R$ 48 bilhões, enquanto as sistemáticas altas dos preços dos combustíveis incendeiam a inflação, que contrai o consumo e desorganiza qualquer cálculo empresarial.
Para perpetuar estas condições que somente favorecem os círculos agrupados em torno do governo federal é que se tenta urdir um golpe, para que tudo possa piorar para quase todos e para que a inépcia e a má fé possam continuar perseverando em seus intentos de destruir as instituições e a própria base da organização social em nosso país.
Os arautos do caos querem se manter a salvo da apuração de seus ilícitos e ao mesmo tempo preservar seu poder de forma arbitrária e solerte, ao arrepio da lei e das instituições. O povo brasileiro quer a paz, a estabilidade política e social e a retomada do desenvolvimento do país. E vai manifestar nas urnas sua vontade.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ECONOMISTAS PELA DEMOCRACIA