Disparada na inflação no governo Bolsonaro é puxada pelo alta dos combustíveis e dos alimentos
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, saltou para 12,13% no acumulado em 12 meses até abril, segundo divulgou nesta quarta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Puxad pela alta dos combustíveis com preços dolarizados, a inflação avançou 1,06% em abril – maior variação para o mês desde 1996, ou seja em 26 anos. No ano, o IPCA acumula alta de 4,29%.
Na passagem de março para abril, os grupos Alimentação e bebidas (alta de 2,06%) e Transportes (alta de 1,91%) contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril. Além deles, houve aceleração em Saúde e cuidados pessoais (1,77%) e Artigos de residência (1,53%). O único grupo em queda foi Habitação (-1,14%). Os demais ficaram entre 0,06% (Educação) e 1,26% (Vestuário).
“Alimentos e transportes, que já haviam subido no mês anterior, continuaram em alta em abril. Em alimentos e bebidas, a alta foi puxada pela elevação dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%). Houve alta de mais de 10% no leite longa vida, maior contribuição (0,07 p.p.), e em componentes importantes da cesta do consumidor como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%)”, elenca o analista da pesquisa, André Almeida.
No grupo Transportes, “a gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e a ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”, acrescenta Almeida. Também houve altas no mês no gás de botijão (3,32%) e no gás encanado (1,38%).
Com os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, que são administrados pelo governo federal, os alimentos e demais serviços que dependem do transporte vão ficando cada vez mais caros para os brasileiros – que não têm ganhos reais em seus salários há anos.
Em 12 meses, os preços dos combustíveis (33,24%) acumulam altas superior ao índice geral:
• Óleo diesel (53,58%)
• Gás veicular (45,18%)
• Etanol (42,11%)
• Gás encanado (35,21%)
• Gás de botijão (32,34%)
• Gasolina (31,22%)
Veja a seguir as principais altas nos preços dos alimentos: