No primeiro trimestre deste ano, 9 de 15 regiões pesquisadas pelo IBGE ficaram no vermelho
A produção industrial de São Paulo acumulou de janeiro a março deste ano uma queda de -3,7%, informou o IBGE nesta terça-feira (10). O volume de produção do primeiro trimestre é comparado ao do ano passado, quando a pandemia ainda impunha sérias medidas de restrição de circulação. A pandemia melhorou, mas a situação da indústria só piorou sob a política de Bolsonaro e Paulo Guedes.
Atualmente, a produção paulista está 17,4% inferior ao patamar que esteve em 2011.
Acompanhando São Paulo, estado que concentra o maior e mais dinâmico parque produtivo do país, outros oito estados, dos 15 pesquisados pelo IBGE, registram queda na comparação trimestral com o ano passado. Alguns destaques foram Pará (-12,2%), Ceará (-12,8%) e Santa Catarina (-8,9%) .
Juros altos, inflação elevada e a perda de renda da população são as explicações para os resultados recentes do setor produtivo. Em âmbito nacional, os três primeiros meses do ano acumulam redução de 3,3% e a variação de 0,3% no mês de março ante fevereiro é basicamente nula.
“A produção nacional teve um crescimento tímido em março, por causa de fatores como a baixa massa de rendimento, a inflação elevada e o encarecimento das matérias-primas, que não permitem o aumento do ritmo”, apontou o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
IEDI
Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), a indústria brasileira se encontra em anemia profunda.
“O primeiro quarto do ano se encerrou com um desempenho, no mínimo, anêmico”. Ante ao mesmo período do ano passado, destaca o instituto, já são oito meses seguidos no vermelho, sendo que a queda acumulada no 1º trim/22 chegou a -4,5%”.
“O quadro regional do setor indica uma grande difusão de sinais negativos e, como mostram as variações interanuais a seguir, apenas 1/3 das localidades acompanhadas pelo IBGE ficaram no azul”
Brasil: -1,1% no 3º trim/21; -5,8% no 4º trim/21 e -4,5% no 1º trim/22;
São Paulo: -0,9%; -9,5% e -3,7%, respectivamente;
Minas Gerais: +6,8%; -2,2% e -2,7%;
Rio Grande so Sul: -0,9%; -1,8% e -2,3%;
Nordeste: -13,1%; -10,7% e -4,3%;
Amazonas: -7,8%; -8,2% e +0,5%;
Rio de Janeiro: +2,3%; +6,2% e +3,3%, respectivamente.