Com carestia, o vale-refeição do trabalhador perde valor e acaba antes do final do mês
Com a carestia dos preços dos alimentos, o preço do prato feito, popularmente conhecido por pê-efe, subiu 23% na passagem de maio do ano passado a abril de 2022, segundo um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). A inflação do prato feito leva em conta a variação de dez itens: arroz, feijão-carioca, feijão-preto, alface, batata-inglesa, cebola, tomate, frango em pedaços, ovos e carnes bovinas.
A inflação do pê-efe supera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, que saltou para 12,13% no acumulado em 12 meses até abril. Os preços dos combustíveis, que são administrados pelo governo, tiveram novamente protagonismo para a aceleração do indicador geral em abril, que fechou em alta de 1,06% – maior variação para o mês desde 1996.
Segundo o IBGE, Alimentação e bebidas acumulam alta de 13,47% em 12 meses. Já alimentação fora do domicílio subiu 6,63%.
Com os preços da alimentação nas alturas, o vale-alimentação do trabalhador perde o seu poder de compra e sua duração.
De acordo com panorama da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a empresa Alelo, o número de dias corridos necessários para esgotar o saldo creditado mensalmente pelos trabalhadores em fevereiro de 2022 foi, em média, de 24 dias. Já no mesmo período de 2020, pré-pandemia, era de 27 dias.
O levantamento, que reúne dados e indicadores compilados de outras pesquisas como o Novo CAGED, a Pnad Contínua, do Diesse e da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), aponta ainda que o valor médio do vale-refeição caiu de R$ 465,20, em fevereiro de 2020, para R$ 415,30 no segundo mês deste ano.