
O ex-presidente Lula advertiu que quem comprar empresas estatais brasileiras terá que “conversar conosco depois da eleição”.
“Quem se meter a comprar a Petrobrás, vai ter que conversar conosco depois da eleição”, disse.
“Uma vez, disseram para vocês: ‘Nós vamos privatizar a BR, nós vamos vender as empresas e aí vai ter muita competitividade, vai ter muita disputa e o preço vai baixar. Muitos de nós acreditamos. Aí, venderam a BR e hoje tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos sem pagar imposto e nós estamos hoje com a gasolina mais cara do mundo, com o óleo diesel mais caro do mundo”, denunciou.
Lula fez estas declarações em discurso na quarta-feira (11) em Juiz de Fora (MG), onde encerrou sua visita a Minas Gerais.
O pré-candidato do PT à Presidência da República conclamou: “Parem de tentar privatizar as nossas empresas públicas”.
“Quem se meter a comprar a Petrobrás vai ter que conversar conosco depois da eleição. Pare de tentar privatizar a Eletrobras. Se não fosse a Eletrobras, não teria o programa Luz para Todos, que custou ao povo brasileiro R$ 20 milhões e só pôde ser feito porque a empresa era pública. Parem de privatizar os Correios”, apontou.
“Não tentem privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BNB e o Basa”, frisou.
Lula ainda criticou a política do ministro da Economia, Paulo Guedes, de desinvestimento por parte do Estado e de venda das empresas.
“Aprendam a trabalhar, aprendam a investir, aprendam a fazer política econômica, ao invés de vender as coisas que já estão prontas”, destacou.
Para Lula, Bolsonaro não faz nada para resolver o problema do alto preço dos combustíveis e disse que as trocas de presidentes da Petrobras e a saída do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ocorrida na quarta-feira, é mais uma enrolação para continuar a mesma política de dolarização dos preços dos combustíveis.
“O presidente da República, em vez de ter coragem de colocar a mão e resolver o problema, fica trocando de presidente da Petrobrás e de ministro de Minas e Energia”, disse o ex-presidente. “Bolsonaro, na verdade, não sabe o que está fazendo neste país”.
Bento Albuquerque foi exonerado do Ministério de Minas e Energia e Adolfo Sachsida foi nomeado como titular da pasta.
Ele também condenou as falas golpistas de Bolsonaro tentando envolver as Forças Armadas no processo eleitoral neste ano e atacando o sistema eletrônico de votação.
“Bolsonaro fala em golpe todo dia, a imprensa fala em golpe. Ele vai ver o golpe que ele vai sofrer no dia 2 de outubro. O povo brasileiro vai dar um golpe no autoritarismo dele e vai restabelecer a democracia neste país. Vai ser o primeiro golpe democrático e popular. Um golpe sem fuzil, sem metralhadora, um golpe sem embuste. É um golpe da eleição democrática”, declarou.
SUS
Lula também declarou que os brasileiros não merecem mais quatro anos de um governo sem apreço nenhum à vida da população, criticando a atuação criminosa do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus.
“Num governo meu, não tinham morrido 640 mil pessoas por falta de vacina. Quando eu era presidente, surgiu uma gripe, a H1N1, em três meses, a gente vacinou 83 milhões de pessoas neste país. O país tem cultura de vacina”, enfatizou.
Ele elogiou os profissionais da saúde, que evitaram um número maior de vítimas da Covid-19. “Eles tratavam o SUS como se o SUS não valesse nada. A televisão só botava desgraça do SUS. Veio a pandemia e, graças a Deus, eles começaram a enxergar o valor do SUS e o valor dos funcionários do SUS, que trabalham com baixos salários, mas se dedicaram, contra a vontade do governo, contra a vontade desse negacionista, para salvar o povo”.
PM APONTA FUZIL
Um policial militar de Minas de Gerais, cuja patente não foi identificada, apontou um fuzil contra apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã da quarta-feira (11), em Juiz de Fora (MG), horas antes do ato de sua pré-campanha eleitoral na cidade.
O governador Romeu Zema (Novo) não se manifestou sobre o ocorrido.
O comando da PM em Juiz de Fora alegou que os agentes estavam no local para garantir a segurança do evento.
Um grupo apoiador de Bolsonaro fez provocações contra a presença do ex-presidente no município e houve ameaça de confrontos.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a ação do PM contra os apoiadores de Lula.
O policial aponta o fuzil para integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um dos grupos que esperavam pela chegada de Lula ao município, para manifestar apoio à sua pré-candidatura à Presidência da República.
Nas imagens, é possível ver os defensores do ex-presidente discutirem com os bolsonaristas, em frente ao Aeroporto da Serrinha.
Lula está indo bem, mas precisa falar de segurança pública. Isso não é preocupação só da elite ou de direitistas. As pessoas ficam tomadas de ódio ao ver cenas de violências repetidas na TV e pensam; “o Lula é muito bonzinho, vou votar num cara bem barra pesada, alguém da família Bolsonaro, porque eles tem ligação com uma milícia carioca chamada escritório do crime e se ele for eleito os bandidos vão morrer de medo e irão se comportar”. Cabe perguntar; “você fez isso na eleição passada deu certo?” Temos que apresentar os números dos índices de violência que aposto que evoluíram bem com Lula e não com Bolsonaro.