
Inflação em disparada, gasolina nas alturas, gás de cozinha a R$ 150, escândalos do “orçamento secreto” e Bolsonaro só pensa em tumultuar as eleições
Jair Bolsonaro (PL) voltou nesta quarta-feira (11) a atacar o sistema eleitoral. Disse que “sabe o que está em jogo” e afirmou que o seu governo não aceita provocações. É verdade. Seu governo é mestre em fazer provocações.
“Nós sabemos o que está em jogo. Todos sabem o que o governo federal defende: defende a paz, a democracia e a liberdade. Um governo que não aceita provocações, um governo que sabe da sua responsabilidade para com o seu povo”, afirmou. Tanto sabe que está dando soluções para a inflação e a fome que está batendo à porta dos brasileiros.
“Todos têm que jogar dentro das quatro linhas [da Constituição]. Nós não tememos resultados de eleições limpas. Nós queremos eleições transparentes, com a grande maioria, ou diria a totalidade do seu povo”, afirmou. “Transparente” para ele é sinônimo de eleição sob seu controle, já que ele acusa do TSE de ser imparcial.
As declarações foram dadas durante visita do presidente à Expoingá, no Parque de Exposições de Maringá (460 km de Curitiba). A cidade é base eleitoral do deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara dos Deputados.
Como de costume, Bolsonaro também fugiu de suas responsabilidades como governante. Disse que a culpa do fracasso do seu governo não é dele. É de todo mundo, menos dele.
“O que passamos agora é fruto de decisões tomadas por políticos durante a pandemia, o conhecido ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’. Essa situação está passando e teremos decisões melhores sendo tomadas”, declarou ele. Disse isso logo após a inflação passar de 12% e o governo anunciar mais um aumento do óleo diesel.
Seguindo na mesma linha de tentar tirar o corpo fora do desastre atual, ele disse que a culpa da inflação também é da guerra da Ucrânia. “Também estamos sendo atingidos por uma guerra muito longe de nós. Principalmente quanto aos insumos para o agronegócio. Estamos exportando fertilizantes e tentando reverter a situação para que não agrave ainda mais”, afirmou. Só que a inflação em seu governo já vem subindo desde muito antes da guerra.
O presidente acompanhou a assinatura do contrato de R$ 257 milhões para a construção da primeira etapa do Contorno Sul Metropolitano, conforme anunciado na última sexta-feira pelo deputado federal, Ricardo Barros, o mesmo que foi denunciado na CPI da Pandemia pela cobrança de propina na compra da vacina Covaxin. O contrato anunciado pelo propineiro prevê o investimento de até R$ 257 milhões na obra, mais R$ 80 milhões de desapropriações. Portanto, mais de R$ 330 milhões.