A renda desabou, o desemprego subiu e os juros são os maiores do mundo, afirmam integrantes do movimento Basta de abuso dos bancos! que lançou abaixo-assinado por projeto popular “que estabeleça um limite justo para os juros praticados pelos bancos”
Um movimento de iniciativa popular apartidária lançou nesta segunda-feira (16) o abaixo-assinado “O Brasil não aguenta mais: BASTA de abuso dos bancos!”, contra as altas taxas de juros praticadas no Brasil.
Na petição on-line, o movimento propõe que sejam estabelecidos em lei limites para os juros cobrados pelos bancos em serviços como os de cartão de crédito, cheque especial, empréstimo pessoal e outros financiamentos. Hoje, não há na legislação brasileira um limite para os juros praticados em determinados serviços financeiros. Assim, os bancos cobram taxas extorsivas com aval do Banco Central.
Desde março de 2021, o BC realizou sete aumentos seguidos na taxa básica de juros (Selic), passando a taxa de 2% a.a para 12,75% a.a no início deste mês, o que recolocou o país no primeiro lugar no ranking mundial de juros reais.
“A gente tem essa condição histórica, mas chegamos ao pior momento da história. A renda diminuiu e o desemprego aumentou enquanto a taxa (básica) de juros (Selic) foi de 2% pra 12,75%. É o maior aumento de juros no mundo”, afirmou o economista e empresário Eduardo Moreira, um dos apoiadores da petição. “77% das famílias brasileiras atrasaram contas e dívidas em abril, número recorde da série histórica. E 30% delas afirmam que não têm recursos para pagar”, afirmam os responsáveis pelo movimento.
O juro médio total cobrado pelos bancos no Brasil em fevereiro de 2022 foi de 355,2% ao ano, segundo dados do BC. A taxa média de juros cobrada pelo rotativo do cartão de crédito subiu de 327,04% ao ano em fevereiro de 2021, quando a Selic estava no patamar de 2%, para 355,19% em fevereiro de 2022, quando o juro básico era de 10,75%, de acordo com um levantamento feito pelo economista e diretor de pós-graduação do UniAnchieta, Filipe Pires, com base em dados da autoridade monetária. Nesse mesmo período, a taxa do cheque especial foi de 125,52% ao ano para 132,6%.
“Juros abusivos acontecem quando o banco cobra um juro muito maior do que o necessário para cobrir o risco do empréstimo ou quando está acima da média prevista pelo Banco Central. Todos os dias, milhares de famílias brasileiras são ‘extorquidas’ por esses ‘agiotas’ legalizados!”, destaca a petição.
Por meio do abaixo-assinado, os organizadores defendem um projeto de lei de iniciativa popular que estabeleça limites para a aplicação de juros bancários no país, numa iniciativa similar à que instituiu a Lei da Ficha Limpa de 2010.
Para chegar ao Congresso, é necessário que sejam recolhidas 1,6 milhão de assinaturas. Acesse o abaixo-assinado através do site www.movimentobastadeabuso.org