A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descartou a possibilidade de chegar a um acordo sobre um embargo ao petróleo russo na próxima cúpula da UE no final de maio, como era abertamente pretendido quando do lançamento, no início do mês, do sexto pacote de sanções anti-Rússia, dizendo não querer criar “falsas esperanças”.
Segundo ela, o tema é “muito técnico” para poder ser resolvido no Conselho Europeu. “Estamos falando de países sem litoral que precisam de abastecimento alternativo via gasoduto, então você tem que falar sobre o investimento nos oleodutos, para aumentar a oferta, e estamos falando de refinarias que precisam ser atualizadas, investimentos e energia renovável”, acrescentou madame von der Leyen ao portal Politico.
Para entrar em vigor, o pacote precisa de aprovação por unanimidade, mas Hungria, Eslováquia e outros países mantêm suas objeções. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, descreveu anteriormente o embargo ao petróleo russo pela União Europeia como “equivalente a uma bomba atômica” para Budapeste e que a Hungria precisa de cinco anos para diversificar seu suprimento de energia.
Analistas consideram essa política em que a União Europeia se lançou como uma espécie de “suicídio” econômico, e completa submissão aos Estados Unidos e seu mundo unipolar, com a UE travestida de ‘fachada econômica’ da OTAN. Em especial, o gás e petróleo russo baratos e confiáveis têm sido, até aqui, um elemento fundamental para competitividade da indústria alemã, que é a principal da Europa, como reconhecem líderes empresariais alemães.