
Jair Bolsonaro vetou, na quarta-feira (25), a inclusão da médica Nise da Silveira (1905-1999) no Livro dos Heróis e Heroína da Pátria, homenagem que tinha sido aprovada pelo Congresso Nacional.
Nise é reconhecida por ter transformado o tratamento das pessoas com transtornos mentais no Brasil, criticando terapias como eletrochoque e lobotomia e trazendo uma abordagem mais humanizada para os casos.
Bolsonaro alegou que vetou a inclusão de seu nome no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria porque “não é possível avaliar a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação, a despeito de sua contribuição para a área da terapia ocupacional”.
A alagoana Nise da Silveira desenvolveu terapias a partir da expressão artística, como na pintura. Algumas das obras produzidas por pacientes estão expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro.
A psiquiatra também introduziu o tratamento com cães e gatos, com os quais os pacientes desenvolveram laços afetivos.
Segundo a exposição do Senado Federal sobre os 37 cientistas brasileiros mais importantes, Nise da Silveira “revolucionou o tratamento mental no Brasil, tendo sido pioneira no uso das interações entre humanos e animais, na valorização da terapia ocupacional e na incorporação das emoções e arte nos tratamentos”.
Por indicação da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o Senado Federal aprovou a inclusão de Nise no livro.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria “destina-se ao registro perpétuo do nome dos brasileiros e brasileiras ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo”.
Enquanto isso, parlamentares bolsonaristas já chegaram a apresentar projetos para a inclusão do astrólogo Olavo de Carvalho, falecido em janeiro.