
Puxada pelo aumento nos preços dos combustíveis, o valor das passagens aéreas subiu 89% no acumulado de 12 meses até maio, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta supera em léguas a inflação geral do IPCA-15 (prévia da inflação), hoje em 12,2%, para o mesmo intervalo de tempo.
Há quatro semanas, a Petrobrás, com o aval do governo Bolsonaro, aumentou em 6,7% o preço do Querosene de Aviação (QAV).
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o querosene subiu 48,7% de janeiro a maio. O combustível já havia apresentado alta de 92% no acumulado do ano de 2021.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) destaca que o Brasil tem o preço do querosene de aviação mais caro do mundo, por conta da paridade dos preços dos combustíveis que são produzidos no Brasil, indexados à cotação do dólar e ao preço do barril de petróleo no mercado internacional.
“Embora o Brasil produza cerca de 90% do querosene de aviação que utiliza, o mercado brasileiro segue os preços internacionais, como se fossemos um mero importador de petróleo que não produz uma só gota do que utiliza. Oscilações no preço do barril e no câmbio (dólar norte americano) são automaticamente repassadas aos consumidores, como as companhias aéreas (que são consumidoras desse insumo)”, critica a entidade.