Vendas de botijão de gás de 13 kg registram queda de 5,6% nos quatro primeiros meses do ano
As vendas de botijão de gás de 13 kg registram queda de 5,6% nos primeiros quatro meses de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). A queda se deve ao alto custo do insumo, cujo preço é atrelado ao dólar e a cotação do petróleo no mercado internacional.
Entre janeiro e março, o volume de gás de cozinha vendido em botijões de 13 quilos no Brasil é o menor pelo menos desde 2017.
Em 12 meses, até maio deste ano, o botijão acumula alta de 29,22%, superando o IPCA-15 – prévia da inflação medida pelo IBGE -, hoje em 12,03% para o mesmo intervalo de tempo.
Na semana passada, o preço médio nacional do gás de cozinha ficou na casa dos R$ 112,70, segundo a ANP.
O Norte e o Centro-Oeste têm os preços médios mais altos do país. Nestas regiões, os consumidores podem encontrar o botijão de gás acima dos R$ 120.
Já as regiões Nordeste, Sudeste e Sul, a média variou acima dos R$ 110. No Sul, foi encontrado o preço do botijão mais caro do país, R$ 160,00.
A estes custos, as famílias mais carentes do país não conseguem mais comprar o botijão, mesmo com o auxílio gás do governo, que é pago bimestralmente e que corresponde ao valor de 50% da média nacional do preço do botijão de 13 kg medida pela ANP. Em abril, o valor pago do auxílio gás foi de R$ 51 às famílias inscritas no CadÚnico.
Com a alta generalizada dos preços dos alimentos e o drama do desemprego, temos que fazer a seguinte pergunta: como é que se faz para cobrir o restante do orçamento para comprar o botijão? Não tendo a resposta, o que resta para estas famílias é o consumo do carvão, lenha, álcool, ou qualquer insumo que produza combustão para cozinhar.
O fato é que o auxílio gás não dá para comprar o gás de cozinha.
Segundo uma pesquisa recente do Datafolha, 69% das pessoas beneficiadas pelo programa Auxílio Brasil apontam que os valores recebidos do governo são insuficientes. Outros 29% acham que eles são suficientes e 2% consideram mais do que suficientes.
O Auxílio Brasil paga valor mínimo de R$ 400 por mês. Em abril, o valor médio pago foi de R$ 403,08. Enquanto isso, o custo da cesta básica de alimentos aumentou no mês passado em todas as 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Em abril, o trabalhador comprometeu, em média, 61% do salário mínimo para adquirir os produtos da cesta básica, segundo o Dieese. A cesta mais cara – valores médios – foi encontrada a R$ 803,99 em São Paulo, seguida por R$ 788,00 em Florianópolis, R$ 780,86 em Porto Alegre e R$ 768,42 no Rio de Janeiro.