
O infame Batalhão Azov, cujo grupamento de Mariupol recentemente se rendeu às forças russas e do Donbass, removeu o símbolo nazista ‘Wolfsangel’ [gancho de lobo] de sua insígnia, usado desde sua formação oito anos atrás, informou o jornal britânico The Times na segunda-feira (30).
Símbolo, aliás, copiado do logo da 2ª Divisão Panzer das Wafen SS e proibido em vários países europeus.
De acordo com o jornal britânico, os novos recrutas da unidade na cidade de Kharkov usavam a nova insígnia sem o símbolo nazista, substituído pelo tridente dourado, adotado por Kiev como emblema nacional da Ucrânia.
No entanto, o comandante da nova unidade, Maksim Zhorin, disse ao jornal que ela foi formada “nos mesmos princípios e bases ideológicas do lendário Batalhão Azov”.
A matéria não informa se também foi maquiado o brasão do Azov, que pode ser visto em inúmeros vídeos nas redes sociais, e inclui além do ‘Wolfsangel’ outro símbolo nazista, o ‘sol negro’.
Formado em 2014 como tropa de choque encarregada de promover pogroms contra russos no Donbass, o Batalhão Azov foi depois incorporado formalmente nas forças armadas ucranianas no governo Poroshenko.
Seu líder, Andryi Biletskyi, escreveu certa vez que a missão da Ucrânia é “liderar as Raças Brancas do mundo numa cruzada final contra os Untermenschen [Subumanos, termo nazista] liderados pelos semitas”.
Na desinteressada percepção do jornal britânico, a exibição do símbolo nazista [também referido pela publicação como heráldico histórico] nos uniformes dos combatentes Azov “ajudou a perpetuar a propaganda russa sobre a Ucrânia estar sob o controle do nacionalismo de extrema direita”.
Antes do surto de russofobia em curso, até mesmo reportagens da Time, da BBC e do New York Times concordavam em que a exibição de suásticas, Wolfsangels e as procissões com tochas eram nitidamente de inspiração nazista, mas, desde fevereiro, o Azov foi devidamente santificado pela mídia ocidental – depois de ter sido, por anos, treinado pelo Pentágono.
Com ou sem escamotear sua suástica estilizada, não vai adiantar muito: a operação de desnazificação está se acelerando no Donbass, e já há uma penca de neonazis, que se renderam em Mariupol, na fila para irem a julgamento por crimes de guerra.