Sob as ordens do pré-presidiário Michel Temer, as Forças Armadas de terra, mar e ar foram acionadas para atacar piquetes de caminhoneiros revoltados com a alucinada disparada dos preços dos combustíveis.
De 3 de julho do ano passado para cá, o preço do diesel aumentou 59,32% e o da gasolina, 58,76%, enquanto a inflação, medida pelo IPCA, foi de 2,68%.
O preço do diesel está, em média, 39,9% acima do preço internacional. O preço da gasolina nas refinarias da Petrobrás, 22,1% acima da referência internacional, que é o preço no Golfo do México (dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura, CBIE).
A política de manter os preços internos do diesel e da gasolina acima dos preços internacionais tem dois propósitos: aumentar o lucro das multinacionais – Exxon, Chevron, Shell, além de algumas tradings – que operam no Brasil importando esses produtos dos EUA e aumentar o lucro dos acionistas privados da Petrobrás. Ambos objetivos às custas de uma brutal pilhagem dos consumidores brasileiros. Uma forma de fazê-lo é atrelar esses preços ao dólar.
Essa política criminosa foi introduzida na Petrobrás por Aldemir Bendine, presidente nomeado por Dilma em 2015, atualmente cumprindo pena de 11 anos e nove meses em regime fechado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Seu sucessor Pedro Parente, ex-ministro do apagão no governo FHC, entreguista que de tão obtuso tornou-se incapaz de ver um palmo à frente do nariz, chegou a afetar orgasmos múltiplos pela oportunidade de exercer essa política num período em que uma alta no preço internacional do barril de petróleo se associou à valorização do dólar em relação ao real. E a bomba explodiu, como não poderia deixar de ser.
Os comandantes das Forças Armadas são maiores, vacinados e sabem que é recomendável pegar leve e não usar da violência contra os caminhoneiros, porque o problema não são os que lutam para que o preço dos combustíveis esteja dentro de um patamar de razoabilidade. São os que não têm coragem para admitir o óbvio.
S. R.