Em entrevista ao HP (sucursal RS), o presidente do Sindicato dos Técnicos Científicos do Rio Grande do Sul (Sintergs), Nelcir Varnier, que entraram em greve nesta semana, ressaltou que o movimento é para exigir não só o pagamento em dia dos salários, como também “o pagamento integral dos salários atrasados, do 13º salário, que não foi pago, para exigir a reposição das perdas, contra o desmonte do estado e a humilhação dos serviços públicos”.
Para Nelcir, “os servidores e a população não podem ser responsabilizados pelo estrago que eles, que estão no governo, fizeram. A situação é grave. Estamos comprando menos comida, todos os servidores do Executivo. E vamos reagir. Esse é o objetivo da nossa greve, dos professores, policiais”, afirmou.
O presidente do Sindicato afirmou ainda que é preciso acabar com essa política adotada pelo governo Sartori. Uma política que tem como objetivo “enxugar a máquina, diminuir os serviços púbicos, vender o patrimônio, renegociar uma dívida que só aumenta”.
“Por conta dessa política o que temos no nosso estado é a perda de bilhões de reais devido a sonegações, isenções fiscais, que precisam ser auditadas. Precisamos saber se essas isenções estão sendo revertidas para mais empregos. Não é isso que vem acontecendo”, afirmou Nelcir ressaltando também os desvios de verba causados pela dívida pública. “É uma divida que já pagamos. Todos os anos são R$ 3 a 4 bilhões ao ano e ela só aumenta. E agora o governo está renegociando de uma forma que não soluciona nada. É uma negociação que concede carência ao estado, mas que ao fim dobra a dívida e, além disso, resulta no desmonte do Estado, que tem que cumprir metas: privatizar estatais, empresa de saneamento básico, bancos públicos, que são empresas estratégicas e que devem desempenhar um papel social e não voltado ao lucro”, afirmou.
Ao final da entrevista, Nelcir Varnier também ressaltou que o movimento grevista defende a revogação da reforma trabalhista, e que seja barrado o trâmite da reforma da Previdência, que, para ele “é uma afronta às organizações e autoridades da sociedade que já apontam que a Previdência é superavitária”.