O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, enviou uma carta aos trabalhadores da estatal tentando convencê-los de que estão errados em prestar solidariedade à greve dos caminhoneiros e mais ainda em deliberar a paralisação da produção por 72 horas a partir da quarta-feira.
Ironicamente convidando os trabalhadores a uma cuidadosa “reflexão”, Parente deixa evidente que seus interesses não são compatíveis com o do povo brasileiro. Desde que assumiu a presidência da empresa mais importante do país, Parente somente aprofundou a política de submissão da mesma em relação ao cartel das multinacionais, pendurando o preço dos combustíveis no dólar e no preço internacional do petróleo.
Na carta, ele diz: “Como a Petrobras e a sua força de trabalho podem melhor ajudar o Brasil neste momento? Não acreditamos que seja com paralisações e com pressões para redução de nossos preços. Em nosso entendimento, isso teria justamente o efeito contrário: seria um retrocesso em direção ao aumento do endividamento, prejudicando os consumidores, a própria empresa, e, em última instância, a sociedade brasileira”. Neste trecho, Parente assume considerar a redução do preço dos combustíveis um “retrocesso”, ao contrário do que consideram todos os demais brasileiros, que vêem como retrocesso os preços do diesel subirem, desde que essa política foi implantada, ou seja, desde 3 de julho do ano passado, 59,32% e o da gasolina 58,76%, enquanto a inflação foi de 2,68%. Além disso, o preço do diesel está, em média, 39,9% acima dos preços internacionais.
Os funcionários da estatal declararam greve de três dias (72 horas) a partir da quarta-feira (30), pela saída de Pedro Parente da chefia da empresa, pelo fim das importações de derivados de petróleo e contra a política de preços de produtos nacionais atrelados ao mercado internacional.