
O terceiro suspeito de envolvimento no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips foi preso na manhã deste sábado (18).
De acordo com reportagem divulgada pelo jornal O Globo, Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Peladinho”, se entregou na Delegacia de Atalaia do Norte (AM) após operação de busca e mandado de prisão realizada no sítio da mãe dele. Segundo o delegado Alex Perez Timóteo, o suspeito tem participação direta no caso, incluindo a emboscada e ocultação dos corpos.
“Conforme todas as provas, todos os depoimentos colhidos até o momento, ele estava na cena do crime e participou ativamente do duplo homicídio ocorrido”, disse o delegado. Além de Jeferson, já foram presos pelo assassinato Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, que confessou, na quarta-feira (15), ter esquartejado e enterrado os corpos, e seu irmão Oseney da Costa. Autoridades ainda buscam por um quarto suspeito no crime.
Na tarde de ontem, sexta-feira (17), a Polícia Federal confirmou a identificação dos “remanescentes” de Dom Phillips. Ainda falta a confirmação do segundo corpo, que seria de Bruno Pereira.
Também na sexta, a PF divulgou nota descartando a participação de organização criminosa ou mandante por trás dos assassinatos, o que foi rebatido pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).
“O requinte de crueldade utilizados na prática do crime evidenciam que Pereira e Phillips estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou a todo custo ocultar seus rastros durante a investigação”.
“Com esse posicionamento, a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela UNIVAJA em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021, período de implementação da EVU [Equipe de Vigilância da Unijava]. Tais documentos apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes à Terra Indígena Vale do Javari, do qual Pelado e Do Santo fazem parte”, afirma a Unijava em nota.
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Para o assessor jurídico da entidade, Yuri Niwa Wani Marubo, o governo Bolsonaro “potencializou” os crimes na Amazônia ao desmontar os órgãos de fiscalização. “Este governo é algo que foge da concepção, não dá suporte para nenhum dos órgãos que atuam na região: Funai [Fundação Nacional do Índio], Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente] e Polícia Federal. Falo por conhecimento de causa”, disse.
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