
Só em maio ele gastou em festas, motociatas, lancheatas e outras farras R$ 4,2 milhões. Por isso, não sente a inflação. Está pendurado nos cofres públicos. Só para abastecer a geladeira, gasta R$ 96.300 por mês
Agora está explicado porque Jair Bolsonaro não mostra nenhuma preocupação séria com a inflação ou com a carestia, bem como a razão pela qual ele não manifesta qualquer solidariedade com os brasileiros que vivem atormentados com os aumentos de preços de quase tudo, alimentos, energia, gasolina, etc. Ele não se preocupa com nada disso pois seus gastos – R$ 1,2 milhão por mês, são cobertos pelo cartão corporativo, ou seja, com dinheiro público.
Só no mês de maio, os gastos de Bolsonaro com o cartão corporativo extrapolaram todos os limites aceitáveis. As despesas chegaram a 4,2 milhões de reais em apenas 35 dias. A informação foi obtida pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e se refere ao período entre 1º de abril e 5 de maio.
Em nota, o deputado Elias Vaz afirmou que acionará o Tribunal Superior Eleitoral: “Há evidências de que Bolsonaro está fazendo campanha de forma irregular, antes do prazo legal, e, para piorar, com dinheiro público. Quem está pagando pelas motociatas em vários estados do país é o cidadão”, denunciou.

Isso mesmo, Bolsonaro gasta mensalmente R$ 1,2 milhão em “despesas pessoais”, ou seja, viagens, passeios de iates, churrascos, festas, lancheatas, motociatas, banquetes, etc. Em maio, a coisa foi quente. A gastança atingiu R$ 4,2 milhões. Foi muita festa, muito passeio e pouco – ou quase nenhum – ato de governo.

Enquanto ele esbanja dinheiro público à vontade, verba que falta aos serviços públicos, mais de 33 milhões de brasileiros estão passando fome, segundo os últimos dados do IBGE.
A gastança de Bolsonaro é crescente. Começou com gastos mensais de 736,6 mil no primeiro ano. Depois, passou para R$ 862,1 mil, em 2020. Em 2021, o extrato do cartão do ‘bozo’ ficou ainda mais caro – R$ 1,1 milhão por mês. Segundo o TCU, Bolsonaro gastou ao menos 21 milhões de reais entre janeiro de 2019 e março de 2021.
Só para abastecer a geladeira do Palácio, o “mito” desembolsou, em dinheiro público, R$ 96.300 por mês. Ou seja, Bolsonaro usou só para entupir sua cozinha de picanha, filé Mignon, bebidas e outras guloseimas quase 100 vezes o valor salário mínimo.
Trata-se de uma afronta aos milhões de brasileiros obrigados a se virar com o salário mínimo de fome de Bolsonaro. congelado por ele em R$ 1.212,00. Será o primeiro presidente da República a deixar o governo com um salário mínimo menor do que quando assumiu.

O estudo, feito pelo jornal Folha de S. Paulo, mostra ainda diversas viagens a passeio bancadas pelo dinheiro público: 16,5 milhões de reais foram gastos em pagamentos de hospedagem, alimentação e apoio operacional. Em vez de governar, de enfrentar os graves problemas do país, Bolsonaro vive fazendo motociatas por todos os cantos do país. Pois bem, são esses passeios de campanha eleitoral que são os verdadeiros sorvedouros de dinheiro público, como mostra o documento.
Só para efeito de comparação, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) gastou R$ 960 mil por mês na pré-campanha de 2014; e Michel Temer (MDB), R$ 560 mil em 2018 – quando chegou a ser pré-candidato. Os dados não são comparáveis com as gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que houve uma mudança de regras sobre o uso do cartão.

Não bastasse a orgia com o dinheiro do cartão corporativo, que é recorde, e é maior do que os antecessores de Bolsonaro, um trecho da auditoria do TCU constata despesas indevidas do governo com a a utilização da aeronave presidencial para transportar, em viagens de agenda privada, pessoas que não são seus familiares diretos, bem como pagamento de despesa de hospedagem de pessoas que não são autoridades.
Essa é a “nova política” que Bolsonaro apregoava. Gasto tresloucado com o cartão corporativo para favorecer a família e amigos com viagens e passeios, inclusive com o uso do avião presidencial.
Os dados foram obtidos pela “Folha” no Portal da Transparência do governo federal, que reúne informações de 2013 a maio de 2022. Os valores foram corrigidos pela inflação do período. Antes de assumir o governo, a equipe de Bolsonaro chegou a anunciar o fim desses cartões, principalmente depois da demagogia que fizeram contra ele. O deputado Orlando Silva, por exemplo, foi acusado por comprar um acarajé com o cartão. Bolsonaro não só não acabou com os cartões, como cinicamente multiplicou por muito os gastos com eles.