
A senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet (MS), rejeitou a privatização da Petrobrás e declarou que essa discussão “é estéril”.
Para ela, o problema é Bolsonaro. “O problema da Petrobrás é outro: temos um presidente que não sabe o que fazer com ela porque é incompetente e inoperante”, afirmou.
Ela participou, nesta segunda-feira (20), da sabatina do G1, realizada pela jornalista Renata Lo Prete no podcast “O Assunto”.
A senadora se contrapôs ao discurso do governo Bolsonaro de que não tem nenhuma responsabilidade sobre a política de preços da empresa estatal, que tem causado a alta nos preços dos combustíveis.
“Quando digo ‘controle’ não é intervenção, o governo não pode intervir, mas tem o mínimo de controle [sobre a Petrobrás] porque indica o presidente da empresa, seis de seus conselheiros”, explicou.
“Então, você tem ali a presença do Estado como sócio majoritário dizendo ‘vamos por este caminho, não vamos por este’”.
A pré-candidata afirmou que discutir a privatização da Petrobrás “é estéril, na medida em que não passa no Congresso Nacional”.
DEMOCRACIA
A pré-candidata do MDB à Presidência da República denunciou os ataques à democracia realizados sistematicamente por Jair Bolsonaro.
Simone Tebet pontuou que a democracia “é o único caminho possível”. Para ela, os ataques de Jair Bolsonaro contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) são uma “tentativa de fragilizar a democracia”.
Essa “é a nova forma de se flertar com o autoritarismo, e não dando um golpe no estilo tradicional. Você simplesmente tenta desmoralizar, descredenciar e tirar a credibilidade das instituições que são instituições de defesa da democracia”, disse.
“Acontece isso quando [Bolsonaro] cria crises que não existem e agride o jornalismo brasileiro e a imprensa livre”, sentenciou.
Jair Bolsonaro “tenta fragilizar as instituições democráticas, mas as instituições deram a demonstração cabal, não só no 7 de setembro, mas nos últimos três anos, de que estão prontas para servir ao Brasil. Tudo passa pela democracia”, continuou.
Segundo ela, a CPI no Senado Federal deixou em evidência quando investigou os crimes e omissões do governo Bolsonaro na pandemia que “democracia significa governo do povo, soberania popular”.
“É o povo que decide o seu destino escolhendo o próximo presidente da República. Como você pode ter uma sociedade democrática que quer tirar seu próprio direito de escolher quem vai conduzir o seu destino?”, questionou.
Questionada o que faria em uma situação de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, a senadora respondeu que estará “em um palanque defendendo a democracia” e as propostas que possam diminuir a desigualdade no Brasil.
“Eu posso dizer o que eu não vou fazer: eu não estarei assistindo na sala, na frente de uma televisão. Eu estarei em um palanque eleitoral defendendo a democracia e defendendo as propostas de país que possam efetivamente tirar o país dessa vergonhosa estatística de ser um dos países mais desiguais do mundo”.
A pré-candidata da aliança entre MDB, Cidadania e PSDB enfatizou que existem condições para que sua candidatura esteja no segundo turno, especialmente porque ela é pouco conhecida e tem uma baixa rejeição.
MILITARES
A senadora pelo Estado do Mato Grosso do Sul disse que não tem medo da participação de militares na vida política do Brasil, desde que, para assumir cargos políticos, passem para a reserva.
Sua preocupação, por outro lado, está na “politização das Forças Armadas”. “Se levar política ideológica, partidária, equivocada, por sinal, para dentro dos quartéis, não só das Forças Armadas, mas também dos comandos de segurança pública”, assinalou.
Simone Tebet afirmou que confia nas Forças Armadas e que elas estão “prontas para defender a democracia”.
FOME
Ela afirmou que, uma vez eleita presidente, considerará o combate à fome uma prioridade.
Simone Tebet quer “transferência de renda permanente”; “novo Bolsa Família” (Tebet citou eventuais exigências, como carteira de vacinação, presença na escola e apuração sobre eventual violência em casa); “educação como pauta prioritária nacional”.
“O objetivo principal da minha candidatura é erradicar a miséria. Erradicar mesmo. Diminuir a pobreza. Não é possível admitir um país, da grandeza do nosso, ter uma criança dormindo com fome”, frisou.
CRESCER
Para Simone Tebet, a melhor forma de reduzir a informalidade no trabalho é fazer o país voltar a crescer. Ela disse não ser possível acabar com a informalidade no mercado de trabalho, mas que é possível reduzir o índice atual oferecendo ensino profissionalizante a jovens a partir do último ano do ensino médio. “Como diminuir a informalidade? Fazendo o Brasil voltar a crescer. Automaticamente, você abre novas formas de emprego. Quando você qualifica a mão de obra e fala para o jovem que ele vai ter ensino profissionalizante, as portas da formalidade se abrem”, declarou.
DESMATAMENTO
A senadora defendeu medidas para atingir o “desmatamento zero” no país. Para ela, não há contradição entre o agronegócio e o meio ambiente.
“Não há contradição entre agronegócio e meio ambiente. O agronegócio é uma cadeia produtiva que envolve o agricultor familiar, que produz 70% do nosso feijão, mais de 30% do nosso arroz, mais de 80% da nossa mandioca”, declarou a pré-candidata.
Tebet disse que reforçará a fiscalização e estimulará o reflorestamento do que foi destruído na Amazônia.
“A grande realidade é: a gente consegue cumprir a meta até 2030 colocando os órgãos de fiscalização e controle dentro da Amazônia e impedindo o desmatamento ilegal. Não se derruba uma árvore de forma ilegal no Brasil, esta é prioridade absoluta. A segunda é o reflorestamento. Estimular o agro, inclusive, a reflorestar”, acrescentou.
A bandeira brasileira foi sequestrada e ela não pode e ela não pode estár sendo pisoteada pelos cascos dessa boiada. Não pode ser pisoteada por aquele que acha que um fuzil e mais importante que o alimento