A Corte Suprema de Israel rejeitou, dia 25, petições de três grupos israelenses de direitos humanos que pediram a proibição ao Exército do país, de utilizar atiradores com munição viva contra manifestantes palestinos.
Durante o protesto de 30 de março a 15 de maio, em que milhares de palestinos da Faixa de Gaza dirigiram-se à cerca que a separa de Israel, foram mortos 114 palestinos e feridos 13.000.
A decisão da Corte israelense de aprovar o crime de lesa-humanidade “dá luz verde para que os tiros contra palestinos em atos de protesto prossigam”, afirmou a organização Adalah – Centro Legal pelos Direitos Árabes em Israel. Trata-se de jurisprudência pró-apartheid.
A organização acrescenta que o tribunal “ignorou completamente a ampla base factual que lhe foi apresentado pelos peticionários, o que inclui múltiplos testemunhos de feridos e informes de organizações internacionais que documentaram o morticínio e o ferimento de manifestantes desarmados em Gaza”.
Os grupos humanos denunciaram que os juízes “recusaram-se a assistir aos vídeos que documentavam israelenses atirando em manifestantes e, sem examinar de fato o caso, aceitaram completamente as alegações do governo”.
A sentença “é de natureza extremista. Isso fica demonstrado pela ausência alarmante de qualquer menção ao número de baixas apresentado à Corte”, declarou em nota o Centro Al Mezan pelos Direitos Humanos.
A organização israelense, Yesh Din, declarou que “os juízes perderam uma oportunidade de barrar a continuação da matança e das mutilações”.
Enquanto a ONU denunciou o “uso desproporcional de força” e a Anistia Internacional repudiou “o horror e a violação da lei internacional”, o ministro da “Defesa” israelense, Avigdor Lieberman, sudou a sentença e criticou os grupos de defesa dos direitos humanos.