Representante da Colômbia Humana, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro, prefeito de Bogotá e senador da República, disputará o segundo turno das eleições presidenciais dia 17 de junho contra Ivan Duque, marionete do ex-presidente Manuel Uribe. Candidato dos EUA, Duque é sustentado por paramilitares e narcotraficantes, e um ardoroso sabotador dos acordos de paz assinados em 2016, que colocaram fim a 50 anos de conflito armado.
Nas eleições do domingo, a maior da história do país, com 53% de participação dos 37 milhões de eleitores, Duque obteve 7.566.738 votos (39%), contra 4.850.054 (25%) de Petro e cerca de 4.600.000 (23,7%) do centrista Sérgio Fajardo. O resultado abre pela primeira vez na história a possibilidade de vitória das forças progressistas.
Apesar do processo de pacificação, mais de 300 indígenas e lideranças dos movimentos sociais foram assassinados pela extrema direita nos últimos dois anos. Apenas neste ano, foram executados 22 militantes das FARC (Força Alternativa Revolucionária do Comum), ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. No próprio domingo, um fiscal de Petro foi morto por mercenários em Vereda das Águias.
Apesar disso, sublinhou Petro, “vamos avançando com passo firme, constante, sempre adiante, para mudar a história da Colômbia”, pois as forças do atraso atingiram “o seu teto”. Na sua avaliação, superada a primeira etapa, agora os eleitores vão às urnas para uma definição de “caminhos que marcam dois grandes rumos históricos”. E questionou: “Voltaremos a pensar que é sobre a base de eliminar direitos, liberdades, justiça, que podemos realmente solucionar os problemas que afligem a sociedade colombiana? Acreditamos que é a partir da consolidação de um pensamento anacrônico do passado que poderíamos enfrentar hoje os desafios que se impõem ao país: a violência, a falta de investimento na educação, o raquitismo de uma economia que condena a maioria, ou a pobreza pura e simples ou a relações salariais onde o único que existe são contratos temporários de três meses pelos quais é preciso suplicar por mais três meses e assim seguir construindo a vida e o futuro?”.
“É uma história que marcou a Colômbia com a desigualdade social, violência, do autoritarismo, exclusão das maiorias. Nossos quase 5 milhões de votos são da juventude, de excluídos de ponta a ponta do país que decidiram irromper e dizer: aqui estamos, nós também existimos, nós também queremos decidir sobre a Colômbia”, frisou.