Argentina e Irã, que participaram como convidados da recém realizada 14ª Cúpula do BRICS, presidida pela China, oficializaram o pedido de ingresso na organização, que reúne os cinco mais destacados países emergentes, conforme sua sigla, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os BRICS representam 30% do PIB global e 40% da população mundial.
A solicitação de ingresso foi saudada na terça-feira (28) pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, durante visita a Ashgabat, capital do Turcomenistão, para uma cimeira de chanceleres dos países do Mar Cáspio.
“Claro que tanto a Argentina quanto o Irã são candidatos dignos e respeitáveis. O mais importante é que o processo preliminar já começou”, disse Lavrov em entrevista coletiva.
O chefe da diplomacia russa enfatizou que a adesão de um país ao BRICS deve ser consensual e “o principal critério será, antes de tudo, garantir a eficácia futura e o aumento dos resultados práticos desta organização”. Lavrov acrescentou que o presidente russo, Vladimir Putin, considerou a discussão da ampliação “justificada e oportuna”.
O anúncio da solicitação iraniana foi feito na segunda-feira (27) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Said Chatibsadeh. Ele assinalou que o BRICS tem um “mecanismo muito criativo com aspectos de longo alcance”, acrescentando que Teerã já realizou “uma série de consultas” sobre a proposta.
A Argentina também se candidatou ao grupo BRICS. O presidente Alberto Fernández pediu na sexta-feira (23) a criação de mecanismos de cooperação que possam representar uma alternativa ao que ele vê como “instituições privadas” dirigidas pelo Ocidente e no interesse do Ocidente.
Fernandez disse que o BRICS poderá “implementar uma agenda para o futuro que levará a um tempo melhor e mais justo.”
Em sua participação na cúpula virtual na semana passada, o presidente iraniano Ebrahim Raisi já havia expressado a disposição de Teerã de compartilhar com o grupo as capacidades e o potencial do Irã.
A expansão do BRICS agregará ao grupo mais recursos e capacidades industriais e tecnológicas, resultando em mais oportunidades de cooperação e aumentando de forma significativa as complementaridades econômicas dos países integrantes em áreas como energia e alimentos.
Também contribuirá para que os países emergentes tenham reforçada sua resiliência aos choques econômicos causados pelas sanções unilaterais proclamada por Washington e vassalos.
Durante a sessão de quarta-feira da semana passada do BRICS, o presidente Putin disse que os cinco membros do grupo já estavam trabalhando na criação de uma nova moeda de reserva global “com base em uma cesta de moedas de nossos países”.