O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que a partir desta semana o país passa a formar parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como primeiro “sócio global” latino-americano. Entre os “parceiros” dos EUA que desfrutam deste abominável título se incluem o Iraque e o Afeganistão, ocupados militarmente, cujos povos se encontram em luta para recuperar sua soberania.
Para oficializar a sujeição antes das eleições do próximo dia 17 de junho – que poderão dar a vitória ao oposicionista Gustavo Petro, candidato das forças democráticas e nacionalistas -, Santos foi até a sede da Otan em Bruxelas, na Bélgica, onde se encontrou com seu secretário-geral e assinou os respectivos “acordos” e “protocolos” de capitulação. “Formalizamos o ingresso da Colômbia na Otan na categoria de sócio global. Seremos o único país da América Latina com este privilégio”, comemorou.
Marionete dos Estados Unidos – que a pretexto de combater o “terrorismo” e o “narcotráfico” já conta com 10 bases militares no país -, Álvaro Uribe já havia manifestado seu desejo de submissão em 2006, mas não emplacou por não cumprir com critérios geográficos. Então, em 2013, Santos subscreveu um “acordo de cooperação” como início do processo de “aproximação”. Atualmente, como fiel agente de Washington, entoa que a escandalosa sujeição significa “pensar grande” e diz que o país passará a “ter muito mais jogo” no cenário internacional.
As palavras de Santos foram ridicularizadas pela analista internacional Alejandra Loucan, para quem a entrada da Colômbia na Otan “abre as portas para que os Estados Unidos e os países europeus possam intervir militarmente na região”. Conforme Loucan, muito diferente de combater o narcotráfico, a situação só agravará a situação, como ocorreu no Afeganistão, invadido desde 2001. Passados 17 anos, a chamada operação “Liberdade Duradoura” se mantém, com agressões militares dirigidas pela Otan numa guerra sem fim.