O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, declarou, com a maior cara de pau, que “em nenhum momento” ameaçou a população com aumento de impostos para compensar a redução dos tributos sobre o preço do diesel. Só que ele disse sim que tinha que “compensar, com aumento de impostos, as ‘perdas fiscais’ provocadas pelas medidas anunciadas pelo Planalto para atender aos caminhoneiros”. Disse isso porque ele não admite tocar nos recursos públicos que são destinados religiosamente para os juros da dívida. Segundo o Banco Central, só em abril, foram torrados mais R$ 29,7 bilhões com pagamento de juros.
Na segunda-feira, logo após o início da vitoriosa greve dos caminhoneiros, que, com grande apoio da sociedade, conseguiu reduzir o preço do diesel na bomba e congelá-lo por sessenta dias, o ministro ameaçou transferir o ônus dessas medidas para a população. Preferiu jogar para cima do povo esse ônus para não mexer na desastrosa política de Pedro Parente, que gerou aumentos abusivos dos combustíveis e provocou o caos no Brasil.
A proposta do ministro de Temer de elevar os impostos foi prontamente rechaçada por amplos setores da sociedade. Parlamentares, lideranças sindicais e setores da indústria e do comércio protestaram contra o anúncio da medida. Guardia ficou isolado e foi obrigado a recuar da proposta. Na terça-feira (29), em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, sobre o reajuste de combustíveis, ele tentou negar que anunciou o aumento de impostos. Saiu-se com a desculpa de que foi “mal interpretado”.