São 10,6 milhões de brasileiros sem emprego, 25,7 milhões trabalhando por conta própria e 39,1 milhões no trabalho precário
O desemprego continua atormentando a vida de milhões de brasileiros. A retomada das atividades econômicas após a pandemia não foram suficientes para absorver o contingente de brasileiros que continuam em busca de trabalho em meio à inflação galopante, aos preços explodindo e à fome rondando os lares de milhões de pessoas, sendo que 33 milhões não têm o comer.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação ficou em 9,8% no trimestre encerrado em maio, frente ao trimestre imediatamente anterior (dez, jan e fev), mas a renda do brasileiro continua arrochada e desabou 7,2% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
Os dados da pesquisa revelam que, diante de uma economia estagnada e ao mesmo tempo sofrendo com o desemprego e com altas generalizadas dos preços, a retomada do emprego se dá, principalmente, por meio de postos de trabalho de atividades de baixa qualidade, com salários menores do que os trabalhadores recebiam quando ocupavam a mesma função no emprego anterior, do avanço do trabalho sem carteira assinada e pelos famosos “bicos”. Por consequência disso, além do arrocho sobre os proventos do funcionalismo público, o rendimento médio do trabalhador caiu de R$ 2.817 para R$ 2.613.
Diante da crise em que Bolsonaro afundou o país, com as mais altas taxas de desemprego, inflação, juros, pobreza, endividamento e inadimplência das famílias e das micro e pequenas empresas, o governo não apresenta nenhuma solução, só pensa em motociatas, em passeios e criar confusão e piorar a economia.
De acordo com IBGE, a precarização do trabalho atinge 40,1% da população ocupada (97,5 milhões). São 39,1 milhões de brasileiros sem qualquer direito trabalhista.
O número de trabalhadores sem carteira assinada de 12,8 milhões de pessoas no período foi o maior da série da pesquisa em 2012. O trabalho sem carteira assinada no setor privado cresceu 4,3% em relação ao trimestre anterior (mais 523 mil pessoas) e 23,6% (2,4 milhões de pessoas) no ano.
Ainda no rol dos trabalhadores descalços de direitos trabalhistas estão aqueles que exercem atividades por conta própria e os chamados empregadores – conhecidos como PJs, que são aqueles trabalhadores mais qualificados e – por consequência, têm salário mais alto – e que pressionados pela falta de emprego exercem atividades para empresas como pessoa jurídica para não pagarem os encargos relativos aos salários.
O número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões de pessoas) manteve-se estável ante o trimestre anterior, mas subiu 6,4% (mais 1,5 milhão de pessoas) no ano. E o número de brasileiros que desistiram de procurar emprego continua alto: são 4,3 milhões de pessoas.
25,4 MILHÕES DE PESSOAS SUBUTILIZADAS
Somando desempregados, subocupados por insuficiência de horas e as pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar, havia ao todo 25,4 milhões de pessoas subutilizadas no trimestre móvel de março a maio de 2022.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (desconsiderando trabalhadores domésticos) foi de 35,6 milhões, subindo 2,8% (981 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 12,1% (mais 3,8 milhões de pessoas) na comparação anual. O número de empregados no setor público (11,6 milhões de pessoas) cresceu 2,4% frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.
Já o número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões de pessoas) apresentou estabilidade no confronto com o trimestre anterior e subiu 20,8% (mais 995 mil pessoas) no ano.