Com a intensificação da dolarização da economia brasileira sob Bolsonaro, as maiores influências no índice de preços foram provocadas pela indústria extrativa e atividades de refino de petróleo e biocombustíveis
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas. Todas registraram alta: bens de capital (2,04%), bens intermediários (2,43%) e bens de consumo – duráveis, semiduráveis e não duráveis – (0,77%).
As quatro maiores variações no mês, todas com aumentos de preços, foram: indústrias extrativas (12,50%) e dentro do grupo “de transformação”, papel e celulose (4,96%); fumo (4,55%); e outros equipamentos de transporte (3,96%).
Os três únicos segmentos com queda de preços em maio foram máquinas e materiais elétricos (-0,27%), outros químicos (-1,31%) e limpeza e perfumaria (-2,53%).
De acordo com a pesquisa, a maior alta foi verificada no setor extrativista, que subiu 12,50%. Já entre as atividades, o refino de petróleo e biocombustíveis se destaca, com alta de 2,80% na comparação com abril e de 53,79% com relação a maio do ano passado. O setor já acumula inflação de 26,37% este ano.
Bolsonaro e Guedes agravaram a dolarização que contamina hoje em dia toda nossa economia. Os preços dos produtos são formados a partir da cotação dos preços em dólar.
A política de preços para os combustíveis, que o governo impõe para a Petrobrás, ao invés de partir dos seus custos de produção para determiná-los, provoca esses aumentos que o IPP registra. 30,71% no refino de petróleo e biocombustíveis para o acumulado de janeiro a maio e 53,79% no acumulado de doze meses.
Nem tão visível como nas relações de consumo das famílias, o diesel, entre outros combustíveis, no consumo da indústria tem um impacto muito grande e o IPP está altamente contaminado pelos índices de aumento dos combustíveis, como seus reflexos por toda cadeia industrial.
A importância dada aos combustíveis, na análise da inflação da indústria, se explica por ter sido, a segunda maior variação no acumulado no ano e a primeira no indicador anual.
O refino de petróleo, “como tem acontecido ao longo de 2022, os preços do setor variaram para mais na passagem de abril para maio, 2,80%. Com isso, o acumulado no ano chegou a 26,37%. Por sua vez, os preços praticados em maio foram 53,79% maiores do que os do mesmo mês de 2021. Vale dizer que desde fevereiro de 2021 (18,25%), a taxa anual tem se mantido em dois dígitos, sendo 63,47% a média das 16 observações entre aquele mês e o de maio de 2022”, destaca a nota do IBGE.
“Sob um olhar do quadro geral a combinação de câmbio e preços internacionais foi importante na determinação da inflação industrial de maio. E, para além disso, a indústria ainda convive com constrangimentos de oferta e suprimento, com pressões de custo na aquisição de matérias-primas, combustíveis e energia em geral”, justificou Felipe Câmara, analista da pesquisa.