A crise econômica com carestia e desemprego alto, nos cerca de quatro anos de desgoverno Bolsonaro, levou a um empobrecimento acelerado da população. Se para quem trabalha não há reajuste salarial diante da inflação com mais de dois dígitos, para os contratos novos, com carteira assinada, o salário médio no país caiu em maio e acumula uma queda de 5,6% em 1 ano. É o que apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Em maio, o salário médio real de admissão foi de R$ 1.898, contra um valor de R$ 1.916 em abril (queda de 0,93%) e de R$ 2.010 em maio do ano passado (recuo de 5,6%), em valores corrigidos pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Os salários iniciais também seguem menores que as remunerações médias dos profissionais que saíram das vagas. Em maio, o salário médio real dos trabalhadores demitidos foi de R$ 1.957. Ou seja, 3,15% acima do salário médio de contratação (R$ 1.898).
Os dados revelam que os trabalhadores não conseguem obter ganhos reais, pelo contrário, só perdas neste ambiente de estagnação econômica – que é agravado pelo desemprego elevado, pela precarização do trabalho, os juros altos e pela inflação – que o governo Bolsonaro enterrou o País.
De acordo com Caged, ao todo, foram registradas em maio 1,96 milhão de contratações contra 1,68 milhão de demissões: um saldo de 277 mil empregos criados no período.
“Quem está entrando no mercado de trabalho, está predominantemente aceitando um salário menor do que se pagava 12 meses atrás”, afirma Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao destacar que o país ainda reúne 10,6 milhões de desempregados em busca de uma vaga no mercado de trabalho.
“O desemprego está caindo, mas o nível de desocupação ainda é muito alto. Superar o sarrafo de uma inflação ainda perto dos dois dígitos, que tende a ser o cenário do final do ano, é difícil, o que faz com que seja pouco provável alcançar algum ganho real nos salários”, diz Bentes.
Entre os 21 principais grupamentos de atividades econômicas, os menores salários de contratação em maio foram em vagas em serviços domésticos, alojamento e alimentação e no comércio. Já as maiores remunerações iniciais foram pagas em ocupações em atividades financeiras, no setor de eletricidade e gás e em organismos internacionais.